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sábado, 21 de fevereiro de 2015

O Faraó do exodo e a data do êxodo

Datas rivais do êxodo
A teoria predominante dos teólogos liberais é que o faraó do Êxodo foi Ramessés II .

A data geralmente aceita (1270-1260) é baseada em três suposições:
 1. “Ramessés” em Êxodo 1.11 recebeu o nome de Ramessés, 0 Grande.
2. Não houve nenhum projeto de construção no delta do Nilo antes de 1300.

 3. Não houve nenhuma grande civilização em Canaã entre os séculos xix e xiii a.C. Se tudo isso for verdadeiro, as condições descritas em Êxodo seriam impossíveis antes de 1300 a.C.


Nesse caso, o Êxodo teria acontecido por volta de 1270 a 1260 a.C.

Mas a Bíblia (Jz 11.26; lRs 6.1; At 13.19,20) data o Êxodo em aproximadamente 1447 a.C.
O  faraó do Êxodo seria .Tutmoses (Tutmes) III (1
479BC-1426BC) ou Amenhotep III ( Amenophis III) (1390 a 1353 AC )  Há uma disputa das datas


Amenhotep III






Tutmes III




 Os estudiosos modernos elevaram Ramessés II e a data de metade do século XIII ao nível de doutrina indiscutível, mas há evidência suficiente para desafiar a opinião convencional sobre o Êxodo, assim como a datação tradicional de vários faraós. Explicações alternativas dão melhor esclarecimento a todos os dados históricos, tornando possível a data de 1447 a.C. para a saída dos israelitas.

  • A Bíblia é bem específica em IReis 6.1 que 480 anos haviam se passado do Êxodo até o quarto ano do reinado de Salomão, por volta de 967 a.C., 0 que colocaria o Êxodo por volta de 1447 a.C.
  • Juizes 11.26, que afirma que Israel passou trezentos anos na terra até o tempo de Jefté (por volta de 1100 a.C.)
  • Atos 13.20 fala do período de 450 anos de governo dos juizes de Moisés a Samuel, que viveu por volta do ano 1000 a.C. 
  • Paulo disse em Gálatas 3.17 que houve 430 anos de Jacó a Moisés. Isso seria de 1800 a 1450 a.C. O mesmo número é usado em Êxodo 12.40. 
Refutando as 3 suposições:

1-O nome Ramessés aparece em toda a história egípcia, e a cidade mencionada em Êxodo 1 pode ter honrado um nobre mais antigo com esse nome. Como Ramessés, o Grande, é Ramessés II, deve ter existido um Ramessés I, sobre o qual ainda não se sabe nada. Em Gênesis 47.11,0 nome Ramessés é usado para descrever a área do delta do Nilo onde Jacó e seus filhos se instalaram. Esse pode ser o nome que Moisés normalmente usava para se referir a toda a área geográfica. Ramessés, então, não precisa sequer se referir a uma cidade chamada pelo nome de um rei. 

2- Projetos de construção foram encontrados em Pi-Ramesse (Ramessés) e em ambos os sítios possíveis para Pitom, datando dos séculos xix e xvii a.C, a era na qual os israelitas chegaram. Eles revelam forte influência palestina. Uma escavação feita em 1987 demonstra que houve construção em Pi-Ramesse e em um dos sítios de Pitom no século xv. Então, se Êxodo 1.11 faz referência aos projetos de construção que estavam em andamento na época em que os israelitas eram escravos, ou àqueles em que estavam trabalhando na época do Êxodo, há evidência de construção em andamento.

3-Pesquisas superficiais não apresentaram sinais de civilizações como as dos moabitas e edomitas antes da entrada de Israel na terra, mas a escavação mais profunda revelou muitos sítios que se encaixam nesse período. Até o homem que fez a pesquisa inicial mudou sua opinião.
 Provou-se assim que os três argumentos a favor da datação do Êxodo após 1300 a.C eram falsos.
 Ora, se essas três suposições estão erradas, não há razão para supor uma data posterior para o Êxodo, e podemos procurar evidências para apoiar a data bíblica de aproximadamente 1447. 

Revisão de Bim son-Livingston.
John Bimson e David Livingston propuseram em 1987 que a data da mudança da Idade do Bronze Médio para a Idade do Bronze Recente era imprecisa e devia ser mudada. O que estava em jogo era a evidência de cidades destruídas em Canaã. A maioria dos sinais de uma invasão ou conquista significativa datam de cerca de 1550 a.C. — 150 anos antes. Essa data é atribuída a essas ruínas porque se supõe que foram destruídas quando os egípcios expulsaram os hicsos, uma nação hostil que dominou 0 Egito durante vários séculos.
Bimson acredita que mudar o fim da Idade do Bronze Médio demonstraria que essa destruição foi feita pelos israelitas, não pelos egípcios. Como tal mudança pode ser justificada? A Idade do Bronze Médio ( BM ) foi caracterizada por cidades fortificadas; a Idade do Bronze Recente ( BR ) tinha em grande parte colônias menores, sem muros. Portanto, o causador da destruição dessas cidades fornece data para a divisão do período. A evidência é escassa e imprecisa. Além disso, há dúvidas de que os egípcios, que começavam a estabelecer um novo governo e exército, pudessem realizar longos sítios por toda a terra de Canaã. Evidências positivas surgiram de escavações recentes que revelaram que a última fase da Idade do Bronze !Médio é mais prolongada do que se imaginava, ficando assim seu término mais próximo de 1420 a.C. Isso corresponde à Bíblia, onde as cidades em Canaã eram “grandes, com muros que vão até 0 céu” (Dt 1.28), como disse Moisés. Além disso, a extensão da destruição, com apenas algumas exceções, coincide com a descrição bíblica. “Realmente, a área na qual a destruição ocorreu no final do [Idade do Bronze Médio] corresponde à área da ocupação israelita, ao passo que as cidades que sobreviveram estavam foram dessa área.” .Alguns arqueólogos perguntam onde está a evidência do domínio israelita no final da Idade do Bronze. Sempre consideramos os israelitas responsáveis pela transição da Idade do Bronze para a Idade do Ferro em 1200 a.C. O problema com essa teoria é que aquelas mudanças são iguais em todo 0 Mediterrâneo, não apenas na Palestina. Os hebreus não poderiam ser responsáveis por uma mudança tão extensa. Na verdade, como nômades, eles provavelmente não trouxeram nada consigo, viveram em tendas por algum tempo e compraram sua cerâmica nos mercados cananeus. Além disso, 0 livro de Juizes mostra que, depois que Israel entrou na terra, eles não exerceram domínio sobre ninguém por várias centenas de anos. Foram dominados por todos à sua volta.
Bimson resume sua proposta desta maneira: 
Propomos:
1) um retorno à data bíblica da conquista de Canaã (i.e., logo antes de 1400 a.C.) e
2) uma diminuição da data do final da Idade do Bronze Médio, de 1550 a.C. para logo antes de 1400 a.C. 0 resultado é que dois eventos previamente separados por séculos são unidos: a queda das cidades bm ii de Canaã torna-se evidência arqueológica da conquista. Essas propostas duplas criam uma coincidência quase perfeita entre a evidência arqueológica e 0 registro bíblico.


Revisão de Velikovsky-Courville
A cronologia de todo o mundo antigo é baseada na ordem e nas datas dos reis egípcios. Em grande parte, conhecemos essa ordem por meio de um historiador chamado Maneto, que é citado por outros três historiadores. Também há monumentos que dão listas parciais. Essa ordem era considerada indiscutível. No entanto, a única data absolutamente fixa é no seu final, quando Alexandre, o Grande, conquistou o Egito.

Yelikovsky e Courville afirmam que seiscentos anos adicionais nessa cronologia mudam as datas de todos os eventos no Oriente Médio. Deixando de lado a idéia de que a história egípcia é fixa, há três evidências de que a história de Israel coincide com a história do Egito. Esse tipo de coincidência, onde o mesmo evento é registrado em ambos os países é chama-se sincronismo.
As três ocasiões em que encontramos sincronismos são:



as pragas de Moisés,
a derrota dos amalequitas
e o reinado de Acabe.


Um papiro muito antigo escrito por um sacerdote egípcio chamado Ipuwer, apesar de receber várias interpretações, fala de dois eventos singulares:
uma série de pragas e a invasão de uma potência estrangeira. As pragas coincidem bem com o registro mosaico das pragas do Egito em Êxodo 7— 12.



Papiro Ipuur  ou Ipuwer


  • 0 texto fala do rio transformado em sangue (cf. Êx 7.20), 
  • colheitas destruídas (Êx 9.25),
  • fogo (Êx 9.23,24; 10.15) e
  • trevas (Êx 10.22).
  • A praga final, que matou o filho do faraó, também é mencionada: “De fato os filhos dos príncipes são esmagados contra as paredes [...] A prisão é arruinada [...] Aquele que enterra seu irmão está em toda parte [...] Há gemidos em toda a terra, misturados a lamentações” (Papiro 2.13; 3.14; 4.3; 6.13). 
Isso coincide com o registro bíblico que diz: “0 Senhor matou todos os primogênitos do Egito, desde 0 filho mais velho do faraó, herdeiro do trono, até 0 filho mais velho do prisioneiro que estava no calabouço [...] E houve grande pranto no Egito, pois não havia casa que não tivesse um morto” (Êx 12.29,30). 
Imediatamente após esses desastres,houve uma invasão de“uma tribo estrangeira” que saiu do deserto (Papiro 3.1). Essa invasão deve ter sido dos hicsos, que dominaram o Egito entre o Reino Médio e o Novo Reino. 


O monolito de El-Arish conta uma história semelhante de trevas e sofrimento na terra nos dias do rei Tom. Também relata como o faraó “saiu para a batalha contra os amigos de Apopi (O deus das trevas)”, mas o exército não voltou mais: “Sua majestade lançou-se no chamado Lugar do Redemoinho”. 

O lugar do incidente é Pi-Kharoti, que pode ser o equivalente a Pi-ha-hiroth, onde os israelitas acamparam perto do mar (Êx 14.9). Isso é muito interessante, porque o nome da cidade construída pelos israelitas é Pi-Tom,“a morada de Tom”. E o rei que reinou logo antes da invasão dos hicsos foi (no grego) Timaios. Mas a data egípcia para o rei Tom está cerca de seiscentos anos adiantada, por volta de 2000 a.C. Ou a cronologia egípcia está errada, ou a história se repetiu de maneira muito incomum. 

Segundo Velikovsky, os hicsos devem ser identificados com os amalequitas, que os israelitas encontraram antes de chegar ao Sinai (Êx 17.8-16). Eles poderiam ter chegado ao Egito poucos dias depois de os israelitas partirem. Os egípcios referem-se a eles como Amu, e historiadores árabes mencionam alguns faraós amalequitas. Mas os equivalentes bíblicos são bem convincentes. Quando o falso profeta Balaão encontrou Israel, eles os abençoou apesar das instruções que havia recebido, mas, quando se voltou, defrontando o Egito, “viu Amaleque e pronunciou este oráculo: “Amaleque foi o primeiro entre as nações, mas o seu fim será destruição” (Nm 24.20). Por que ele amaldiçoou Amaleque, e não o Egito? Só se o Egito estivesse sob domínio amalequita! Além disso, os nomes do primeiro e do último rei amalequita na Bíblia (Agague1en,v.Nm24.7e ISm 15.8) correspondem ao primeiro e ao último rei hicso. Isso indicaria que os hicsos entraram no Egito logo depois do Êxodo e permaneceram no poder até Saul derrotá-los e libertar os egípcios do cativeiro. Isso explicaria as relações amistosas que Israel tinha com o Egito na época de Davi e Salomão. Na verdade, Velikovsky descobriu semelhanças surpreendentes entre a rainha de Sabá e rainha egípcia Hatshepsut. Acredita-se que ela viajou à Terra Prometida, e as dádivas que recebeu ali são muito semelhantes às que Salomão deu à sua visitante (v. lRs 10.10-22). Ela também construiu um templo no Egito que é semelhante ao templo de Salomão. Mas, de acordo com a cronologia egípcia, ela viveu antes do Êxodo. Somente se a cronologia for reexaminada esse paralelismo poderá ser explicado. A invasão de Tutmés in à Palestina também pode ser igualada ao ataque de Sisaque (2Cr 12.2-9).


Monumento de El-Arish







O terceiro sincronismo é uma série de cartas (em tabuinhas de argila) chamadas de cartas El-Amarna. São correspondências entre os reis da Palestina (Jerusalém, Síria e Sumur) e os faraós Amenotepe III e seu filho Aquenatom.
Os palestinos estavam preocupados com um exército que se aproximava do sul chamado habiru, que estava causando grande destruição. Com base em tal descrição, tradicionalmente acredita-se que essas cartas falam da entrada dos israelitas em Canaã.
Velikovsky mostra que uma investigação maior dessas tabuinhas revela um quadro totalmente diferente:


  • Primeiro, Sumur pode ser identificado como a cidade de Samaria, que só foi construída depois de Salomão (lRs 16.24).
  •  Segundo, 0“rei de Hati” ameaça invadir do norte, o que parece ser uma invasão hitita. 
  • Terceiro, nenhum dos nomes nas cartas coincide com os nomes dos reis dados no livro de Josué. 
Em outras palavras, a situação política está totalmente errada, caso essas cartas sejam da época do Êxodo. Se mudarmos sua data para a época em que Acabe reinou em Samaria e foi ameaçado pelos moabitas e hititas, todos os nomes, lugares e eventos podem ser situados em Reis e Crônicas, até os nomes dos generais dos exércitos. Mas isso coloca Amenotep III quinhentos anos depois da cronologia tradicional. Assim, ou a cronologia está errada ou é necessário afirmar que a história se repetiu exatamente meio milênio depois. A descrição que emerge é coerente apenas se a história israelita for usada para datar os eventos egípcios. Tal interpretação também exige uma nova cronologia para a história egípcia. Courville demonstrou que as listas dos reis egípcios não devem ser consideradas completamente consecutivas. Ele mostra que alguns dos “reis” descritos não eram faraós, mas governadores locais ou altos oficiais. Entre os mencionados estão José (Yufni) e o pai adotivo de Moisés, Quenefres, que era príncipe apenas por casamento. O reconhecimento de que “reis” da xiii Dinastia eram na verdade príncipes de regiões locais ou vice-reis esclarecem sobre o que Maneto considerava uma dinastia. Evidentemente não estava fora de cogitação dar nomes à linhagem principal de reis, compondo uma dinastia, e depois voltar na escala de tempo e começar uma linhagem de vice-reis como dinastia distinta. Ao classificar esses vice-reis como reis, o antigo historiador idealizou uma cronologia errônea e extremamente expandida do EgitoA correção dessa cronologia coloca o Êxodo por volta de 1447 a.C. e faz outros períodos da história israelita coincidirem com os reis egípcios mencionados


cartas de El Amarna

Conclusão. 

A evidência é forte a favor da data do século xv a.C para o Êxodo. Isso entra em conflito com a data geralmente aceita para os reis egípcios. Mas talvez a datação convencional para a Idade do Bronze e certamente a cronologia dos reis egípcios precisem ser drasticamente mudadas. Mais pesquisas e escavações serão necessárias para descobrir quais teorias descrevem melhor a seqüência de eventos no Egito e em Canaã. No entanto, parece que a datação bíblica é mais precisa que se suspeitava, mais até que o conhecimento reunido à custa de pesquisa.

Fonte: 

Enciclopedia de Apologética- Norma Geisler- São Paulo:Vida. 2002.


Fontes da Enciclopedia de Apologética:

G. Archer, Enciclopédia de temas bíblicos. 
J. Bimson־ e D. Livin g sto n e,“Redating the Exodus”, Biblical archaeology review (Sep.-Oct. 1987). 
C 0URY1LLE, D. A. The exodus problem and its ramifications. 
N. L. Geis1.hr e R. Brooks, When skeptics ask, cap. 9. 
R. K. H a rris o n , Introduction to the Old Testament. 
Veliko vsky, Worlds in collision.