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terça-feira, 3 de outubro de 2017

Graça preveniente x Graça irresistível - SOBERANIA X LIVRE ARBÍTRIO

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O fato de Deus conceder ao homem a oportunidade de escolha invalida a soberania?

1-Deus continua soberano apesar de:
  • Satanás e seus anjos escolheram por seu livre arbítrio pecar
  • Adão e Eva escolheram por seu livre arbítrio pecar.
  • Os anjos eleitos escolheram por seu livre arbítrio não pecar


2-Ninguém forçou, persuadiu ou deu palpite quanto ao modo pelo qual Deus salvaria o ser humano. Ou seja, Deus agiu e decidiu soberanamente.

3- Se Deus deu a oportunidade de escolha no ato da salvação pela graça preveniente, ele agiu soberanamente, pois Deus não foi forçado, agiu como bem escolheu:
Isaías 43:13  Sim, de hoje em diante eu sou, não há quem possa livrar da minha mão; operarei, e quem o impedirá?

4- Na usa soberania Deus decidiu respeitar a escolha do homem, a ação de Deus respeita a escolha do homem, mas traz juízo sobre ela
Mt 23:37  Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo das asas, e vós não o quisestes!

At 7:51 ¶ Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis.



* O homem pode endurecer seu coração opondo-se à verdade Mt 13:14-15; At 19:9; Rm 1:18-25; 2 Tm 3:8; Sl 107:11; Lc 7:30; Jo 5:40-47; 8:24; Hb 3:8,13,15; 4:2,7; Ne 9:16,17,29; Sl 95:7-11; Jr 17:23; 7:26; etc. por amar a iniquidade 2 Ts 2:10-12.
* Um cristão pode opor-se e até mesmo extinguir em sua vida [quando rejeita de uma vez por todas viver de acordo com a palavra] 2 Pe 2:1; Ef 4:30; I Ts 5:19; etc. 


O fato de alguém estar convencido de algo, o leva a agir obrigatoriamente segundo esta convicção?
Não, o E.S convence todo o mundo do pecado, da justiça e do juízo Jo 16:8-11; Gn 6:3. Contudo a minoria decide pelo caminho estreito que exige a renúncia pessoal Mt 7:13,14; 16:24-26; Jo 3:18-19.
            Muitos se desviam, a palavra brota no seu coração, mas não dão frutos maduros por causa da sedução das riquezas e deleites da vida Lc 8:14; I Tm 6:9. Para outros a riqueza já é obstáculo para a palavra brotar no seu coração Mt 19:21-22. Outros nos quais a palavra brota, se desviam por causa da perseguição Lc 8:13.Somente aqueles que retém a palavra num coração honesto e bom dão fruto com perseverança Lc 8:15. Portanto em todos estes casos, somente o homem é responsável por aceitar ou não a salvação a ele oferecida, e nela permanecer ou não. 


Doutrina dos "decretos" de DeusDeus determina todas as coisas? 

 A-    Muitos textos das escrituras diz que Deus decreta ou determina todas as coisas !!!
Is 46:10-11(o universo físico); At 17:26 (os limites da habitação); At 2:23 At 4:27,28 ( o pecado dos que entregaram e mataram Jesus ) ;Jó14:5os limites da vida humana; a salvação de alguns At 13:48. Alguns precipitados concluem a partir disso que tudo que acontece, ocorre como por vontade e desejo perfeito de Deus (fatalismo).

    
B- Deus "decretou"  (estabeleceu) soberanamente um sistema condicional
“Decretar a criação implica decretar os resultados previstos na criação...Na eternidade Deus previu que a criação do mundo e a instituição de suas leis tornaria certa sua verdadeira história nos mais insignificantes pormenores. Mas Deus decretou criar e instituir estas leis. E assim decretando, ele necessariamente decretou tudo o que haveria de vir. Por fim, Deus previu os futuros eventos do universo como certos porque ele decretar criar;mas esta determinação de criar envolveria também a determinação de todos os verdadeiros resultados de tal criação; ou em outras palavras, Deus decretou aqueles resultados”(Teologia Sistemática- Strong; -calvinista).
É importante frisar que Deus decretou algumas coisas de maneira direta e outras de maneira indireta      (decreto permissivo)
Por exemplo: Deus decretou a lei da gravidade diretamente, porém uma caneta cairá da mão quando a pessoa que a segura a soltar, assim podemos dizer que a caneta cai indiretamente pela vontade de Deus, mas diretamente pela vontade humana. Deus decretou poder do livre arbítrio de maneira direta (o poder de decisão do homem) mas não o exercício (uso) desta liberdade. Assim quando o homem peca , assim procede por uma decisão sua, e não de Deus, pois o pecado é contra a natureza de Deus Jr 44:4. Assim Deus não é o autor do pecado, mas o autor dos seres livres que são os autores do pecado. “Deus só decreta o pecado indiretamente no sentido de criar os que hão de pecar, ou seja ele decreta preservar as vontades humanas que, ao escolherem seus cursos, serão maus e farão o mal.”
Ao contrário do que ensinam alguns ultra-calvinistas, Deus não determina diretamente [causa] diretamente as ações do homem e dos anjos caídos, pois seria o autor do pecado e de suas conseqüências. . O poder da liberdade é causado por Deus, mas o exercício da liberdade é causado pela pessoa.

 Até mesmo quanto às escolhas do dia a dia a bíblia atribui tais escolhas aos homens  e não à Deus Gn 13:11; Dt 14:26; etc. O homem  a partir  de certa idade passa a ter discernimento entre o bem e o mal, e consequentemente capacidade de escolhas morais Dt 1:39; Is 7:15; Rm 9:11; Mt 7:13-14. Evidentemente por causa da natureza pecaminosa, muitas vezes o homem pratica o mal, contudo ainda sim pode fazer boas coisas Rm 2:13-16; Mt 7:11. Deus sempre chama os homens a tomar decisões quanto à vida eterna Dt 30:19-20; Mt 7:13-14; Js 24:15,22; Ap 22:17; etc., cabe simplesmente ao homem aceitar o Dom [presente] da salvação oferecido por Ele Rm 6:23; Ap 3:20; Jo 1:12; Is 55:1,6,7; Mt 11:28 etc.

Pontos em comum entre Arminianismo e Calvinismo

1-Usam os mesmos textos bíblicos para mostrar que o homem não pode vir até Jesus a menos que seja atraído:
"Jesus explicitamente s em ambiguidade ensinou que nenhum homem tem a capacidade de vir a Ele sem que Deus faça alguma coisa para dar-lhe essa capacidadeatraindo-o" Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002, p. 55


João 6:44  Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.
45  Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim.

João 12:32  E eu, quando for levantado da terra, atrairei todos a mim mesmo.

Atos 16.14: "E uma certa mulher, chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia, e o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia."


II Coríntios 3.5-6: "Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, o qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica."

Fp  2:12 Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação* com temor e tremor;
13  porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.
*Este texto se refere especificamente a santificação como assevera um dos mais ilustres calvinistas:

"Paulo está falando aqui da operação de nossa salvação que segue a nossa eleição. Ele está se referindo especificamente aqui ao processo de nossa santificação. A santificação não é monergística, ela é sinergística. ela exige a cooperação do crente regenerado. Somos chamados a trabalhar para crescer na graça. Devemos trabalhar muito resistindo ao pecado, se necessário espancando nosso corpo..." Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002, p.117)

2- Ambos dizem que homem não se converte sem a ação divina


'Como o nome sugere, graça preveniente é a graça que 'vem antes' de alguma coisa. É normalmente definida como uma obra que Deus faz para todos. Ele dá a todas as pessoas graça suficiente para responder a Jesus. Isto é, graça suficiente para tornar possível a uma pessoa que escolha Cristo....A força desta visão é que ela reconhece a condição espiritual do homem decaído é suficiente grave a ponto de requerer a graça de Deus para salvá-lo.(Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002, p. 92)


3- Ambos ensinam que o homem caído não tem desejo por Cristo.
'A graça preveniente, então capacita o homem a submeter-se a Cristo, mas não necessariamente a desejar. O pecador agora é capaz de desejar...Sola Gratia. R.C. Sproul. São Paulo: Cultura Cristã, 2001,p. 145)

"Antes de escolhermos a Cristo, precisamos ter um desejo por Cristo... o homem na queda perdeu esse desejo natural por Deus..Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002, p. 45)


Seu problema, que definimos, como incapacidade moral, é que lhe falta um desejo por Cristo. Ele não tem disposição nem inclinação para Cristo...A menos que ele primeiro deseje Cristo, ele nunca vai receber Cristo." (Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002p. 87-88)

4- Ambos ensinam que a santificação é sinergista

Fp  2:12 Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação* com temor e tremor;
13  porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.

*Este texto se refere especificamente a santificação como assevera um dos mais ilustres calvinistas:
"Paulo está falando aqui da operação de nossa salvação que segue a nossa eleição. Ele está se referindo especificamente aqui ao processo de nossa santificação. A santificação não é monergística, ela é sinergística. ela exige a cooperação do crente regenerado. Somos chamados a trabalhar para crescer na graça. Devemos trabalhar muito resistindo ao pecado, se necessário espancando nosso corpo..." Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002, p.117)

5- Ambos ensinam que a condição para a salvação é a fé
"Há toda sorte de condições que precisam ser cumpridas para alguém possa ser salvo. A principal delas é que devemos ter fé em Cristo. A justificação é pela fé. A fé é um requerimento necessário' Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002, p.114"

6- Ambos ensinam que a salvação inicial é uma obra inteiramente de Deus (monergística)
"quando dizemos que a regeneração é monergística, queremos dizer que somente uma das partes está fazendo o trabalho. Essa parte é Deus, o Espírito Santo. Ele nos regenera; não podemos fazer por nós próprios, nem mesmo ajudá-lo na tarefa"
Apesar do calvinismo dizer que a conversão do arminianismo é sinergista, na verdade não o é:
Vejamos:
Se um médico visita uma aldeia e se propõe a tratar doentes podemos ter dois tipos de pacientes entre os que  ambos aceitam o tratamento:
a-os que cooperam com o médico no tratamento
b- os que são tratados sem cooperação do paciente.

No grupo a-  podemos dar o exemplo do uso de medicamentos de uso continuo como diabete, pressão alta, etc.  Pois neste caso o doente coopera com o médico na sua cura.

No grupo b- podemos dar um exemplo de um paciente cardíaco que é trasportado de maca até o hospital e o médico o opera após estar devidamente inconsciente pela anestesia. Neste caso para o ato cirúrgico se dispensa qualquer cooperação da ajuda do paciente.

O fato do homem do homem aceitar a obra regeneradora do Espírito operando o novo nascimento se assemelha a uma cirurgia cardíaca onde a única coisa que a pessoa fez foi aceitar a obra feita pelo médico.

Assim podemos concluir que a obra de salvação inicial no sistema arminiano é monergista, pois do começo ao fim é efetivada pela ação divina. Não podemos nascer de novo por nós 'próprios, nem ajudá-lo a fazer a tarefa"!


7- A fé é uma resposta humana, resultado da ação divina.
"a fé pela qual somos salvos é um dom. Quando o apóstolo diz que não é pro nós mesmos, ele não quer dizer que não seja nossa fé. Novamente Deus não crê por nósÉ nossa fé, mas não se origina de nós. É dada a nós. "
Tanto no calvinismo quanto no arminianismo a fé é uma resposta humana a atuação do Espirito Santo, com uma diferença, no calvinismo o homem necessariamente crerá e no arminianismo ele poderá crer ja que lhe foi dada esta capacidade no momento pela graça preveniente. Portanto de forma equivocada diz Sproul:
'Armínio deixa claro que o homem é passivo no início da obra de salvação. O instigar da graça na alma é monergista. A resposta a esta instigação é sinergista sendo que a pessoa pode livremente consentir ou negar o consentimento" Sola Gratia. R.C. Sproul. São Paulo: Cultura Cristã, 2001,p. 145)

Conclusão:
Tanto a fé no sistema calvinista como no arminiano são respostas da ação divina, mas no calvinismo esta resposta é sempre positiva, a fé; enquanto que no arminianismo a pessoa pode rejeitar a Cristo.

Pontos de desacordo entre calvinismo e arminianismo (em relação a graça na conversão

1-  A graça Irresistível só atua sobre os eleitos e a preveniente sobre todos
Como o nome sugere, graça preveniente é a graça que 'vem antes' de alguma coisa. É normalmente definida como uma obra que Deus faz para todos. Ele dá a todas as pessoas graça suficiente para responder a Jesus. Isto é, graça suficiente para tornar possível a uma pessoa que escolha Cristo....A força desta visão é que ela reconhece a condição espiritual do homem decaído é suficiente grave a ponto de requerer a graça de Deus para salvá-lo.(Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002, p. 92)

2-A obra da graça eficaz ou irresistível impõe uma mudança  de desejo, ou seja, os homens eleitos tem sua vontade mudada necessariamente para desejar a salvação.
"Armínio deixa claro que o homem é passivo no início da obra da salvação. o instigar da graça na alma é monergista*. A resposta a esta instigação é sinergista, sendo que a pessoa pode livremente consentir ou negar o consentimento" Sola Gratia. R.C. Sproul. São Paulo: Cultura Cristã, 2001,p. 145
* obra que só depende de Deus.

'Como o nome sugere, graça preveniente é a graça que 'vem antes' de alguma coisa. É normalmente definida como uma obra que Deus faz para todos. Ele dá a todas as pessoas graça suficiente para responder a Jesus. Isto é, graça suficiente para tornar possível a uma pessoa que escolha Cristo....A força desta visão é que ela reconhece a condição espiritual do homem decaído é suficiente grave a ponto de requerer a graça de Deus para salvá-lo.(Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002, p. 92)

"A visão de Armínio difere agudamente da visão reformada e agostiniana, que insiste que a obra monergística da regeneração não apenas capacita o homem para desejar, mas o faz desejar(Sola Gratia. R.C. Sproul. São Paulo: Cultura Cristã, 2001,p. 145)

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Por que a graça preveniente não é sempre eficaz?
"Por outro lado, se a graça preveniente refere-se a algo que Deus faz dentro do coração do homem decaído, então precisamos perguntar por que não é sempre eficaz. Por que é que algumas criaturas decaídas escolhem cooperar com a graça preveniente e outras escolhem não fazê-lo? Não recebem todos a mesma medida?...Por que você escolheu Cristo e elas não? ...Foi por que você era mais justos que elas?...Por que você é mais inteligente?...Por que você reconheceu sua desesperada necessidade de Cristo, enquanto, seu vizinho não o o fez? Foi por que você era mais justo que seu vizinho, ou mais inteligente?(Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002, p.92-93)
Resposta:
1-A graça preveniente nos atrai a Cristo e torna possível entender de maneira correta o Evangelho que nos é apresentado de maneira que possamos aceitar ou não  a Cristo, ou seja, ela nos dá a oportunidade de escolha.

2- Criaturas como Adão, Eva, Lucifer e os anjosescolheram rejeitar a presença de Deus e vida eterna, ainda que:

  • viviam num paraíso: terrestre (Adão e Eva); celeste (Anjos)
  • gozavam da glória de Deus
  • usufruíam  da presença de Deus
  • viviam em estado de perfeição moral
  • não tinham uma natureza pecaminosa

3-Se Adão , Eva, Lúcifer e Jesus que gozavam dos privilégios acima escolheram  rejeitar a vida eterna, como se pode esperar que criaturas que não gozam dos privilégios acima escolham todos eles a vida eterna??

4- Os anjos que escolheram a vida eterna são chamados de eleitos. Os anjos caídos estavam no céu, gozavam de plena comunhão com Deus, eram perfeitos em santidade, mas mesmo assim por escolha livre, alguns deles escolheram se rebelar e outros não.
1 Timóteo 5:21  Conjuro-te, perante Deus, e Cristo Jesus, e os anjos eleitos, que guardes estes conselhos, sem prevenção, nada fazendo com parcialidade

Judas 1:6  e a anjos, os que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do grande Dia;

Ez 28:14  Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas.
15  Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniqüidade em ti.
16  Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras

Conclusão:
A explicação porque somente alguns escolhem a vida eterna, após a graça os capacitar a escolher ou não a Cristo, é a mesma da razão pela qual pessoas que viviam num paraíso celeste ou terrestre rejeitarem a vida eterna, uma questão de escolha particular deles próprios


Graça irresistível  ou vontade forçada?
R. C Sproul disse:
"O calvinismo não ensina e nunca ensinou que Deus traz as pessoas esperneando e gritando para o reino, ou exclui alguém que quisesse estar lá...“Uma vez que o desejo é plantado,aqueles que vêm a Cristo não vêm esperneando e gritando contra sua vontade”Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002,  p. 91

“Uma vez que o desejo é [irresistivelmente] plantado,aqueles que vêm a Cristo não vêm esperneando e gritando contra sua vontade”
Em outras palavras, uma vez que alguém é arrastado contra a própria vontade, esse alguém age desejosamente. Mas não importa quão bem o ato da “graça irresistível” seja escondido sob um eufemismo, continua sendo um conceito moralmente repugnante". Eleitos, mas livres. N. Geilser. Vida, p. 113

"O problema com a idéia da “graça irresistível” no calvinismo extremado, de acordo com essa analogia, é que o paciente não assina nenhum consentimento para o tratamento. Pior ainda, é arrastado esperneando e gritando para a sala de cirurgia, mas, uma vez que recebe um transplante de cérebro, sente-se (não surpreendentemente) como se fosse uma pessoa diferente!


Uma vez mais, o famoso defensor da graça irresistível, R. C. Sproul, define bem o problema: “O pecador, no inferno, pode estar perguntando, ‘Deus, se o senhor realmente me amou, por que não

me coagiu a crer? Eu preferiria ter meu livre-arbítrio violentado do que estar aqui neste eterno lugar de tormento’”. E acrescenta: “Se admitimos que Deus pode salvar os homens violando suas vontades,

por que ele não viola a vontade de todos e traz todos à salvação?”. 



Então, Sproul confessa: “A única resposta que posso dar a essa pergunta é: ‘Não sei. Não tenho a mínima idéia por que Deus salva alguns e não todos". E ainda: “Não duvido por um momento que Deus tem o poder de salvar todos”. 

Se esse é o caso, então Sproul deve duvidar de que Deus tem amor para salvar todos. Isso quer dizer que o Deus dos calvinistas extremados é todo-poderoso, mas não é todo-amoroso! E, ao coagir o eleito para dentro do Reino, a suposta “graça” irresístivel da regeneração nega a bondade infinita de Deus.
Contudo, uma rosa, não importa o nome que receba, não deixa de ser uma rosa. A verdade é que os calvinistas extremados crêem que Deus usa uma força irresistível para mudar uma pessoa que não tem amor por Cristo em uma pessoa que o ama. Portanto, amor irresistível é amor forçado. E “amor” forçado não é amor coisa nenhuma."
Eleitos, mas livres. N. Geilser. Vida, p. 113


AVALIAÇÃO DOS VERSÍCULOS USADOS PARA DAR SUPORTE À IDÉIA DA GRAÇA IRRESISTÍVEL
Muitas passagens na Bíblia são empregadas para dar suporte à idéia da “graça irresistível”.
Romanos 9.15
“Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e terei compaixão
de quem eu quiser ter compaixão.” E também: “Eu [Deus], porém, endurecerei o coração de Faraó e [...] Faraó não vos ouvirá” (Ex 7.3,4 [ARA]). 
  • Na verdade o calvinismo tradicional não diz que Deus ativamente endureceu o coração de Faráo, é o chamado decreto negativo de Deus:

"Negativo tem a ver com Deus deixando de lado os não eleitos"Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002, p. 10
"O endurecimento passivo envolve um julgamento divino sobre o pecado já existente. Tudo o que Deus tem a fazer para endurecer o coração de uma pessoa  cujo coração já é desesperadamente mau é 'entrega-lo a seu pecado. Encontramos este conceito de julgamento divino repetidamente na Escritura'" Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002, p. 106
Resposta:
  • Cada praga visava julgar os deuses egípcios e fazia com que Faráo se tornasse mais duro, pois ele respondia pelo destino da nação e era em si um deus.

"O Faráo era mais que intérprete da vontade divina: ele era um autêntico deus, personificação das divindades solares Hórus e Rá. Era o guardião de Maat, a ordem divina do mundo, e era responsável perante os deuses pela situação do país que lhe havia sido confiado" (Grande História Universal- O princípio da civilização, Barcelona: Folio. 2006, p. 100) 

"Esses versículos são usados para reforçar a idéia de que o faraó não possuía escolha real naquela matéria (v. Jo 12.365). Supostamente, quando Deus movesse o coração para cumprir seu propósito,
o faraó não poderia resistir...
Deus não endureceu o coração do faraó contrariamente à livre escolha do próprio faraó. A Escritura deixa claro que o faraó endureceu o próprio coração. Ela declara que o coração do faraó “se endureceu”
(Ex 7.13; cf. tb. v. 14,22), que “o faraó [...] obstinou-se em seu coração” (8.15) e que o “coração do faraó permaneceu endurecido” (8.19). 

 E, quando Deus enviou a praga das moscas: “Também dessa vez o faraó obstinou- se em seu coração” (8.32). Essa frase (ou frases semelhantes) é repetida várias vezes (v. 9.7,34,35). E verdade que Deus disse de antemão o que haveria de acontecer (Ex 4.2 ), mas mesmo assim o fato é que o faraó endureceu o próprio coração (7.13; 8.15 etc.); somente mais tarde é que Deus o endureceu (v. 9.12; 10.1,20,27).22 

Além disso, foi a misericórdia de Deus que ocasionou o endurecimento do coração do faraó, porque cada vez que pedia a Moisés para suspender a praga, ele se firmava mais em seu pecado, por aumentar a própria culpa e por tornar mais fácil rejeitar a Deus da próxima vez.

Ademais, a palavra hebraica para “endurecer” (chazaq) pode significar e freqüentemente significa “fortalecer” (Jz 3.12; 16.28) ou mesmo “encorajar” (cf. Dt 1.38; 3.28).
Tomada nesse sentido, ela não teria qualquer conotação sinistra, mas simplesmente afirmaria que Deus fez o faraó se fortalecer para levar a cabo a própria vontade (a do faraó) contra Israel.
Contudo, mesmo que a palavra seja tomada com o forte significado de endurecer, o sentido no qual Deus endureceu o coração do faraó pode ser igualado ao modo em que o sol endurece o barro e também derrete a cera. Se o faraó tivesse sido receptivo às advertências de Deus, seu coração não teria sido “endurecido” por Deus. Quando Deus deu ao faraó um alívio das pragas, ele tirou proveito da situação:
“Quando o faraó percebeu que houve alívio, obstinou-se em seu coração e não deu mais ouvidos a Moisés e a Arão, conforme o Senhor tinha dito” (Ex 8.15). Assim, há um sentido em que Deus endurece os corações, e um sentido em que ele não os endurece.24 
Esse mesmo raciocínio se aplica a outros textos que falam de Deus endurecendo uma pessoa em sua incredulidade (v. Jo 12.37-0 ■ Finalmente, as passagens paralelas de Paulo apóiam a idéia de que é
o homem que inicia o endurecimento, não Deus. Romanos 2.5 assevera: “Por causa da sua teimosia e do seu coração obstinado, você está acumulando ira contra si mesmo, para o dia da ira de Deus, quando se revelará o seu justo julgamento”.Eleitos, mas livres. N. Geilser. Vida, p.P. 102-103

Romanos 9.19
“Algum de vocês me dirá: ‘Então, por que Deus ainda nos culpa? Pois quem resiste à sua vontade” .
Resposta:
"Em resposta, assinale-se primeiramente que a frase “quem resiste à sua vontade?” não é uma afirmação do autor bíblico, mas uma pergunta colocada na boca de um objetor. Observe a frase introdutória:
“Algum de vocês me dirá”. Um objetor similar é introduzido em Romanos 3.8: “Por que não dizer como alguns caluniosamente afirmam que dizemos: ‘Façamos o mal, para que nos venha o bem’?”.

Assim, a idéia de alguém não poder resistir à vontade de Deus pode não ser parte do ensino de Paulo tanto quanto o pensamento de que devemos praticar o mal para que o bem possa vir.

Além disso, Paulo rejeita claramente a postura do objetor no versículo imediato, dizendo: “Quem é você, ó homem, para questionar a Deus?” (Rm 9.20). Sua resposta sugere que o objetor pode resistir a Deus e lhe está resistindo quando levanta essa pergunta. E, muito mais importante, a sugestão direta é que, se ela é irresistível, então não podemos ser culpados.

Ademais, em Romanos 11.19,20, quando Paulo concorda com o objetor, ele escreve: “Está certo” (Rm 11.20). Não há tal afirmação em Romanos 9.25

Outro ponto a ser lembrado é que as coisas que eventualmente parecem “irresistíveis” agora não o foram no começo. Por exemplo, o pecado somente se torna inevitável quando alguém livremente rejeita o que é certo e sua consciência se torna endurecida ou cauterizada (v. lTm 4.2). Do mesmo modo, a justiça só se torna irresistível quando livremente cedemos à graça de Deus. 

Assim, a graça é somente irresistível ao que está desejoso dela, não ao relutante. John Walwoord, de maneira inequívoca, declara: “A graça eficaz nunca opera em um coração que ainda é rebelde, e ninguém jamais é salvo contra a própria vontade”.
A graça irresistível opera de modo semelhante a alguém que se apaixona. Se uma pessoa desejosamente corresponde ao amor de outra, ambas acabarão chegando a um ponto em que esse amor se torna irresistível. Mas elas desejaram que assim fosse. 

Mesmo que Paulo concordasse com o objetor em que a obra de Deus é irresistível, isso não daria apoio ao radicalismo do calvinismo extremado, visto que Deus derrama a graça salvadora irresistível somente sobre os que a desejam, não nos relutantes.

Finalmente, mesmo que alguém pudesse mostrar que Deus está operando aqui: 1) irresistivelmente, 2) em indivíduos e 3) para a salvação eterna — de todos os que estão indecisos — , não se segue necessariamente que ele operaria irresistivelmente nos relutantes. Na verdade, como já vimos, Deus não força criaturas livres a amá-lo. Amor forçado é moral e logicamente absurdo." Eleitos, mas livres. N. Geilser. Vida, p. 103-14

Romanos 9.21
“O oleiro não tem direito de fazer do mesmo barro um vaso para fins nobres e outro para uso desonroso?”
Resposta:
  • Na verdade o calvinismo tradicional não diz que Deus elege ativamente ao inferno os que não creêm, isto é o chamado decreto negativo de Deus:
"Negativo tem a ver com Deus deixando de lado os não eleitos"Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002, p. 104
"O endurecimento passivo envolve um julgamento divino sobre o pecado já existente. Tudo o que Deus tem a fazer para endurecer o coração de uma pessoa  cujo coração já é desesperadamente mau é 'entrega-lo a seu pecado. Encontramos este conceito de julgamento divino repetidamente na Escritura'" Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002, p. 106

Normam Geisler explica:
' considerando a parábola do oleiro em Jeremias 18. Nesse contexto, o bloco de barro tanto pode ser moldado como desfeito por Deus, dependendo da resposta moral de Israel a Deus, pois o profeta diz enfaticamente: “Se essa nação que eu adverti converter-se da sua perversidade, então eu me
arrependerei e não trarei sobre ela a desgraça que eu tinha planejado”
(Jr 18.8). Assim, o elemento do não-arrependimento de Israel se torna o vaso “para uso desonroso” e o grupo arrependido se torna um “vaso para fins nobres” (v. comentários sobre Rm 9.22 a seguir).
Ademais, há um uso diferente das preposições em “vaso para fins nobres” e “vaso de ira” (Rm 9.21,22). Vaso de ira é o que recebeu a ira de Deus, exatamente como o vaso de misericórdia recebeu a misericórdia
de Deus. Mas o vaso para honra é o que dá honra a Deus. Assim, o Israel arrependido, igual a um belo vaso para fins nobres, trará honra a quem o fez. Mas, igual ao vaso para uso desonroso (lit., “sem honra”), o Israel não-arrependido não trará honra para Deus, mas, ao contrário, será objeto de sua ira.Eleitos, mas livres. N. Geilser. Vida, P. 105

Romanos 9.22
“E se Deus, querendo mostrar a sua ira e tornar conhecido o seu poder, suportou com grande paciência os vasos de sua ira, preparados  para a destruição?
Resposta:
  • Na verdade o calvinismo tradicional não diz que Deus elege ativamente ao inferno os que não creêm, isto é o chamado decreto negativo de Deus:
"Negativo tem a ver com Deus deixando de lado os não eleitos"Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002, p. 104
"O endurecimento passivo envolve um julgamento divino sobre o pecado já existente. Tudo o que Deus tem a fazer para endurecer o coração de uma pessoa  cujo coração já é desesperadamente mau é 'entrega-lo a seu pecado. Encontramos este conceito de julgamento divino repetidamente na Escritura'" Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002, p. 106

"Como já foi indicado, essa passagem sugere que os “vasos de ira” são objeto da ira porque se recusam a se arrepender. Eles não estão desejosos de trazer honra a Deus, de forma que se tornam objeto da
ira de Deus. Isso é evidente pelo fato de que são suportados por Deus com grande paciência (Rm 9.22). Isso sugere que Deus estava esperando pacientemente por seu arrependimento. Como disse Pedro: “O
Senhor [...] é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento” (2Pe 3.9).

Além disso, tomando Paulo  Como o melhor comentador dos próprios escritos, bem no começo de Romanos ele observa que a ira de Deus vem sobre os ímpios por causa da própria e deliberada desobediência.
Ele escreveu: “Por causa da sua teimosia e do seu coração obstinado, você está acumulando ira contra si mesmo, para o dia da ira de Deus, quando se revelará o seu justo julgamento” (Rm 2.5).
Não há, absolutamente, razão alguma para crer, como fazem os calvinistas extremados, que aqui ou em outro lugar da Escritura Deus predestina certas pessoas para o inferno, à parte da própria livre escolha delas" .Eleitos, mas livres. N. Geilser. Vida p. 106

Lacas 14.23
Em uma parábola, Jesus diz: “Vá pelos caminhos e vaiados e obrigue os a entrar, para que a minha casa fique cheia”.
Resposta:
"  Essa é uma palavra incisiva que significa “forçar” e se aplica diretamente, conforme a
parábola, a coagir pessoas a entrar no Reino de Deus. A maioria do núcleo de calvinistas que segue o Agostinho mais velho toma esse texto como significando que Deus usa poder coercitivo nos
indecisos para torná-los salvos.

No Novo Testamento, a palavra “compelir” (gr.: anagkadzó) tem vários significados. Ela é algumas vezes usada no sentido físico de ser “forçado” contra a vontade (v. At 26.11; G1 2.3,14; 6.12). Em outras ocasiões, tem sentido moral: “Jesus insistiu com os discípulos para que entrassem no barco e fossem adiante dele para o outro lado” (Mt 14.22). 
Não há indicação alguma de nenhuma coação física nesse caso. Embora outra palavra seja usada, a idéia é a mesma quando Paulo fala de ser “constrangido” pelo amor de Cristo (2Co 5.14). Aliás, não contando Lucas 14.23, das oito outras vezes em que se emprega a palavra “compelir” no Novo Testamento, pelo menos em quatro o sentido é moral, em que não existe nenhuma ação forçada contra a vontade (v. Mt 14.22; Mc 6.45; At 28.19; 2Co 12. 11).
Fora do Novo Testamento, essa palavra significa “compelir alguém, nos mais variados graus, desde uma pressão amigável até a compulsão vigorosa”.
Não somente não há necessidade aqui de tomar essa palavra no sentido de graça irresistível contra a vontade de uma pessoa, mas tudo que sabemos sobre a livre-escolha (v. cap. 2 e ap. 1 e 5) é
que o que é feito livremente não é feito por “coação” ou “compulsão”
(v. ICo 7.37; lPe 5.2).leitos, mas livres. N. Geilser. Vida p. 106-107

João 6.44
“Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair, e eu o ressuscitarei no último dia.”
Resposta:
"Segundo os calvinistas extremados, esse texto fala de uma atração irresistível da parte de Deus.29 Eles observam que a palavra “atrair” (gr.: elkuo) significa “arrastar” (At 16.19; Tg 2.6).
Para entender devidamente o caso, várias coisas precisam ser levadas em consideração.
 Em primeiro lugar, como qualquer palavra com variação de significados, o sentido específico dessa palavra grega deve ser decidido pelo contexto. As vezes no Novo Testamento significa arrastar uma pessoa ou objeto (v. Jo 18.10; 21.6,11; At 16.19). 

Outras vezes, não (v. Jo 12.32; v. tb. a seguir). Os léxicos gregos permitem o significado de “atrair” tanto quanto o de “arrastar”. Da mesma forma, a versão grega do Antigo Testamento (a Septuaginta) a usa nos dois sentidos. Deuteronômio 21.3,4 emprega-a no sentido de “arrastar” e Jeremias 31.3 no sentido de “atrair” pelo amor.31
Jeremias 31:3  De longe se me deixou ver o SENHOR, dizendo: Com amor eterno eu te amei; por isso, com benignidade te atraí.

Em segundo lugar, João 12.32 deixa claro que a palavra “atrair” não pode significar “graça irresistível” sobre o eleito por uma simples razão: Jesus disse: “Eu, quando for levantado da terra, atrairei todosmim”. Nenhum calvinista autêntico crê que todos os homens serão salvos.

Em terceiro lugar, a palavra “todos” não pode significar somente “alguns” em João 12.32. Pouco antes (Jo 2.24,25), quando Jesus afirmou conhecer a “todos”, estava claro que não se referia apenas aos eleitos. Por que, então, deveria “todos” significar “alguns” em João 12.32? Se quisesse dizer “alguns”, facilmente teria feito assim. 

Finalmente, o fato de ser atraídos por Deus estava condicionado à fé. O contexto dessa atração (6.37) é “aquele que crê” (v. 35) ou “todo aquele que [...] nele crer” (v. 40). Os que crêem são capacitados por Deus para ser atraídos a Jesus. Jesus acrescenta: “E por isso que eu lhes disse que ninguém pode vir a mim, a não ser que isto lhe seja dado pelo Pai” (v. 65).

 Um pouco depois, ele diz: “Se alguém decidir fazer a vontade de Deus, descobrirá se o meu ensino vem de Deus ou se falo por mim mesmo” (Jo 7.17). Disso fica evidente que o entendimento que possuíam do ensino de Jesus e de serem atraídos ao Pai resultava da livre-escolha deles." Eleitos, mas livres. N. Geilser. Vida .P. 107-108

Tiago 1.18
“Ele nos gerou pela palavra da verdade, a fim de sermos como que os primeiros frutos de tudo o que ele criou.”
Resposta:
"Aqui, novamente, não há nenhuma dúvida de que Deus é a fonte da salvação. Se ele não tivesse resolvido salvar, ninguém seria salvo.
Mas a questão permanece com respeito ao meio pelo qual recebemos essa salvação. Isto é, Deus salva-nos à parte de nossa livre-escolha ou por meio dela? Nada nesse texto ou em outro qualquer declara que
Deus escolhe salvar-nos contra a nossa vontade. E justamente o contrário que acontece (v. cap. 2). “Vocês são salvos pela graça, por meio da fé ’ (Ef 2.8). 

Nossa salvação é “mediante a palavra” (Rm 10.17; Tg 1.18), mas a Bíblia declara que a Palavra deve ser recebida pela fé (At 2.41; Hb 4.1,2) para ser eficaz"

João 3.27
“Uma pessoa só pode receber o que lhe é dado dos céus"
Resposta
"Entretanto, isso não diz nada a respeito de a obra de salvação de Deus ser irresistível. Na verdade, diz que devemos recebê-la. Isso implica um ato livre da vontade, que pode tanto aceitar quanto rejeitar a oferta de Deus. Na verdade, há casos em que a graça de Deus é rejeitada, como as passagens seguintes demonstram:
Lucas 7.30  “Os fariseus e os peritos da lei rejeitaram o propósito de Deus para eles,não sendo batizados por João”. 

Atos 7.51 “Povo rebelde, obstinado de coração e de ouvidos! Vocês são iguais aos seus antepassados: sempre resistem ao Espírito Santol”. O próprio Calvino comentou esse texto, dizendo que Lucas está falando da “inflexibilidade desesperada” deles quando é dito que “eles resistiram ao Espírito”.34 Mas como pode a obra de Deus neles ser irresistível, se na verdade resistiram?

Também Mateus 23.37 afirma enfaticamente que Jesus desejava trazer os judeus que o rejeitaram para o aprisco, mas eles não quiseram:
“Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que lhe são enviados! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas
vocês não quiseram'. A graça de Deus não é irresistível para os que não
a querem.
Finalmente, há muitos outros textos indicando que o ser humano
pode rejeitar a vontade de Deus.35 Isso é verdadeiro tanto para incrédulos (v. Mt 12.50; 7.21; Jo 7.17; ljo 2.17) quanto para crentes (lTs 4.3). 

Naturalmente, em certo sentido, no fim a vontade de Deus prevalecerá, quando soberanamente desejar que os que rejeitaram sua oferta de salvação sejam perdidos. 
Nesse sentido, a vontade predominante de Deus está sendo feita através da vontade deles de rejeitá-lo.
Mas com respeito à sua vontade de que todos sejam salvos (lTm 2.4; 2Pe 3.9), está claro que se pode resistir a ela.

Em resumo, é a vontade suprema e soberana de Deus que tenhamos livre-arbítrio para resistir
à sua vontade de que todos sejam salvos.

C. S. Lewis faz alguns comentários esclarecedores nesse sentido. No livro Cartas do Diabo ao seu aprendiz, escreveu: “O Irresistível e o Indisputável são as duas armas que a própria natureza de Seu [de Deus] plano o proíbe de utilizar. Sobrepor-se meramente a uma vontade humana [...] seria para Ele algo inútil. Ele não pode violentar, pode apenas persuadir”.36 No livro The Great Divorce, Lewis acrescenta: “Há somente duas espécies de pessoas no final: aquelas que dizem
a Deus: ‘Seja feita a tua vontade’, e aquelas a quem Deus diz, no final: ‘Seja feita a tua vontade’. Todas as que estão no inferno estão lá porque o escolheram. Sem essa auto-escolha, não poderia haver inferno algum”.37