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terça-feira, 22 de setembro de 2015

DSM V e DSM V Tr disforia de Gênero


DSM V -  2013
DSM V Tr  - 2022


Até o DSM IV Tr a disforia de gênero era classificada como transtorno mental,  TRANTORNO DA IDENTIDADE SEXUAL isso mudou com o lançamento do DSM V em 2013

O DSM V Tr acrescentou poucas coisas. Aparece no texto abaixo em ITÁLICO E ENTRE COLCHETES as principais mudanças ou acréscimos

"o termo gênero surgiu a partir da constatação de que, para indivíduos com indicadores biológicos conflitantes ou ambíguos de sexo (i.e., "intersexuais"), o papel desempenhado na sociedade e/ou a identificação como masculino ou feminino não poderiam ser associados de maneira uniforme com ou ser preditos a partir de indicadores biológicos e, mais tarde, de que alguns indivíduos desenvolvem uma identidade masculina ou feminina em desacordo com seu conjunto uniforme de indicadores biológicos clássicos.

Assim, o termo gênero é utilizado para denotar o papel público desempenhado (e em geral juridicamente reconhecido) como menino ou menina, homem ou mulher; porém, diferentemente de determinadas teorias construcionistas sociais, os fatores biológicos, em interação com fatores sociais e psicológicos, são considerados como contribuindo para o desenvolvimento do gênero.

[Gênero é usado para denotar o papel vivido em público, sociocultural (e geralmente legalmente
reconhecido) como menino ou menina, homem ou mulher, ou outro gênero.]( DSM V Tr)


Designação de gênero refere- -se à designação inicial como homem ou mulher. Geralmente isso ocorre ao nascimento e, por conseguinte, cria o "gênero de nascimento"

Atípicas com o gênero refere-se a características somáticas ou comportamentais não típicas (estatisticamente falando) de indivíduos com a mesma designação de gênero em determinada sociedade em determinado momento histórico;

Não conforme com o gênero é um termo descritivo alternativo para se referir a um comportamento.

[Os tratamentos de afirmação de gênero são procedimentos médicos (hormônios ou cirurgias ou ambos) que visam alinhar as características físicas de um indivíduo com seu gênero experiente.] DSM V Tr

Redesignação de gênero denota uma alteração oficial (e geralmente legal) de gênero.

Identidade de gênero é uma categoria de identidade social e refere-se à identificação de um indivíduo como homem, mulher ou, ocasionalmente, alguma categoria diferente de masculino ou feminino.

[A identidade de gênero é uma categoria de identidade social e se refere à identificação de um indivíduo como masculino, feminino, alguma categoria intermediária (ou seja, gênero fluido) ou uma categoria diferente de masculino ou feminino (ou seja, gênero neutro).] DSM V TR

Disforia de gênero, como termo descritivo geral, refere-se ao descontentamento afetivo/cognitivo de um indivíduo com o gênero designado, embora seja definida mais especificamente quando utilizada como categoria diagnóstica.

Transgênero refere-se ao amplo espectro de indivíduos que, de forma transitória ou persistente, se identificam com um gênero diferente do de nascimento.

Transexual indica um indivíduo que busca ou que passa por uma transição social de masculino para feminino ou de feminino para masculino, o que, em muitos casos (mas não em todos), envolve também uma transição somática por tratamento hormonal e cirurgia genital (cirurgia de redesignação sexual).

[Transexual, termo histórico, denota um indivíduo que busca, está passando, ou passou por uma transição social de homem para mulher ou mulher para homem, que em muitos casos, mas
não em todos, também envolve uma transição somática por tratamento hormonal de afirmação de gênero e cirurgia genital, mamária ou outra de afirmação de gênero (historicamente referida como como cirurgia de mudança de sexo).] DSM V Tr

Disforia de gênero refere-se ao sofrimento que pode acompanhar a incongruência entre o gênero experimentado ou expresso e o gênero designado de uma pessoa. Embora essa incongruência não cause desconforto em todos os indivíduos, muitos acabam sofrendo se as intervenções físicas desejadas por meio de hormônios e/ou de cirurgia não estão disponíveis. O termo atual é mais descritivo do que o termo anterior transtorno de identidade de gênero, do DSM-IV, e foca a disforia como um problema clínico, e não como identidade por si própria.

[A disforia de gênero como um termo descritivo geral refere-se ao sofrimento que pode acompanhar a incongruência entre o gênero experimentado ou expresso e o gênero atribuído. No entanto, é mais especificamente definido quando usado como categoria diagnóstica. Não se refere ao sofrimento relacionado ao estigma, uma característica distinta, embora possível fonte de sofrimento concomitante.] DSM V Tr

Características Diagnósticas
Indivíduos com disforia de gênero apresentam incongruências acentuadas entre o gênero que lhes foi designado (em geral ao nascimento, conhecido como gênero de nascimento) e o gênero experimentado/expresso. Essa discrepância é o componente central do diagnóstico. Deve haver também evidências de sofrimento causado por essa incongruência. O gênero experimentado pode incluir identidades de gêneros alternativas além dos estereótipos binários. 
Em conseqüên-cia, o sofrimento não se limita ao desejo de simplesmente pertencer ao outro gênero, podendo incluir também o desejo de ser de um gênero alternativo, desde que diferente do designado.

A disforia de gênero manifesta-se de formas diferentes em grupos etários distintos. 

Meninas pré-puberais com disforia de gênero podem expressar o desejo de serem meninos, afirmar que são meninos ou declarar que serão homens quando crescerem
Preferem usar roupas e cortes de cabelo de meninos, com frequência são percebidas como meninos por estranhos e podem pedir para serem chamadas por um nome de menino. 
Geralmente apresentam reações negativas intensas às tentativas dos pais de fazê-las usar vestidos ou outros trajes femininos. 
Algumas podem se recusar a participar de eventos escolares ou sociais que exigem o uso de roupas femininas. 
Essas meninas podem demonstrar identificação transgênero acentuada em brincadeiras, sonhos e fantasias. 
Com frequência, sua preferência é por esportes de contato, brincadeiras agressivas e competitivas, jogos tradicionalmente masculinos e ter meninos como pares.
 Elas demonstram pouco interesse por brinquedos (p. ex., bonecas) ou atividades (p. ex., usar vestidos ou desem-penhar papéis femininos em brincadeiras) tipicamente femininos
Às vezes, recusam-se a urinar na posição sentada
Algumas meninas podem expressar o desejo de ter um pênis, afirmar ter um pênis ou que terão um pênis quando forem mais velhas.
 Também podem afirmar que não querem desenvolver seios ou menstruar.

Meninos pré-puberais com disforia de gênero podem expressar o desejo ou afirmar que são meninas ou que serão meninas quando crescerem. 
Preferem usar trajes de meninas ou de mulheres ou podem improvisar roupas com qualquer material disponível (p. ex., usar toalhas, aventais e xales como cabelos longos ou como saias). 
Essas crianças podem desempenhar papéis femininos em brincadeiras (p. ex., brincar de "mãe") e com frequência se interessam intensamen-te por bonecas.
 Na maioria das vezes, preferem atividades, jogos estereotípicos e passatempos tradicionalmente femininos (p. ex., "brincar de casinha", desenhar quadros femininos, assistir a programas de televisão ou vídeos com personagens femininos favoritos). 
Bonecas estereotípicas femininas (p. ex., Barbie) geralmente são os brinquedos favoritos, e as meninas são as companheiras de brincadeira preferidas. 
Eles evitam brincadeiras agressivas e os esportes competitivos e demonstram pouco interesse por brinquedos estereotipicamente masculinos (p. ex., carrinhos, caminhões). 
Alguns fingem que não têm pênis e insistem em urinar sentados. Mais raramente, podem dizer que sentem repulsa pelo pênis ou pelos testículos, que gostariam que eles fossem removidos ou que têm, ou gostariam de ter, uma vagina.

Em adolescentes jovens com disforia de gênero, as características clínicas podem se assemelhar às de crianças ou de adultos com a mesma condição, dependendo do nível de desenvolvi-mento. Como as características sexuais secundárias de adolescentes jovens ainda não estão totalmente desenvolvidas, esses indivíduos podem não manifestar nenhum sentimento de repulsa em relação a elas, mas se preocupam com as mudanças físicas iminentes.


Em adultos com disforia de gênero, a discrepância entre a experiência de gênero e as características físicas sexuais é frequentemente, mas nem sempre, acompanhada por um desejo de livrar-se das características sexuais primárias e/ou secundárias e/ou por um forte desejo de adquirir algumas características sexuais primárias e/ou secundárias do outro gênero. Em maior ou menor grau, adultos com disforia de gênero podem adotar o comportamento, as vestimentas e os maneirismos do gênero experimentado. Sentem-se desconfortáveis com o fato de serem con-siderados pelos outros ou de funcionar na sociedade como membros do seu gênero designado. Alguns adultos podem sentir desejo intenso de pertencer a um gênero diferente e de ser tratados como tal e podem ter a convicção interior de sentirem e reagirem como o gênero experimentado sem procurar tratamento médico para alterar as características corporais. Eles podem encontrar outras maneiras de solucionar a incongruência entre o gênero experimentado/expresso e o gênero designado, vivendo parcialmente o papel desejado ou adotando um papel de gênero que não seja.convencionalmente masculino nem convencionalmente feminino.

Disforia de Gênero em Crianças 302.6 (F64.2)
A. Incongruência acentuada entre o gênero experimentado/expresso e o gênero designado de uma pessoa, com duração de pelo menos seis meses, manifestada por no mínimo seis dos seguintes (um deles deve ser o Critério A1):
1. Forte desejo de pertencer ao outro gênero ou insistência de que um gênero é o outro (ou algum gênero alternativo diferente do designado).
2. Em meninos (gênero designado), uma forte preferência por cross-dressing (travestismo) ou simulação de trajes femininos; em meninas (gênero designado), uma forte preferência por vestir somente roupas masculinas típicas e uma forte resistência a vestir roupas femininas típicas.
3. Forte preferência por papéis transgêneros em brincadeiras de faz de conta ou de fantasias.
4. Forte preferência por brinquedos, jogos ou atividades tipicamente usados ou preferidos pelo outro gênero.
5. Forte preferência por brincar com pares do outro gênero.
6. Em meninos (gênero designado), forte rejeição de brinquedos, jogos e atividades tipicamente masculinos e forte evitação de brincadeiras agressivas e competitivas; em meninas (gênero designado), forte rejeição de brinquedos, jogos e atividades tipicamente femininas.
7. Forte desgosto com a própria anatomia sexual.
8. Desejo intenso por características sexuais primárias e/ou secundárias compatíveis com o gênero experimentado.

B. A condição está associada a sofrimento clinicamente significativo ou a prejuízo no funcionamento social, acadêmico ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.


Associação com pensamentos ou comportamentos suicidas
 [As taxas de suicídio e tentativas de suicídio para indivíduos transgêneros variam de 30% a 80%, com
fatores de risco incluindo maus-tratos anteriores, vitimização de gênero, depressão, abuso de substâncias e idade mais jovem. Adolescentes transgêneros encaminhados para clínicas de gênero têm taxas substancialmente mais altas de pensamentos e comportamentos suicidas quando comparados com
adolescentes não encaminhados. Antes de receber tratamento de afirmação de gênero e mudança legal
de gênero, adolescentes e adultos com disforia de gênero correm maior risco de pensamentos suicidas
e tentativas de suicídio. Após o tratamento de afirmação de gênero, o ajuste varia e, embora a melhora
nos sintomas coexistentes seja frequentemente observada, alguns indivíduos continuam a sentir
ansiedade e sintomas afetivos proeminentes e permanecem em risco aumentado de suicídio.

Um estudo com 572 crianças encaminhadas por questões de identidade de gênero no Canadá e vários
grupos de comparação (irmãos, outras crianças encaminhadas e crianças não encaminhadas) em grande parte de outros países de alta renda descobriu que as crianças encaminhadas por gênero eram 8,6 vezes mais propensas a se automutilar ou tentativa de suicídio do que crianças de comparação, mesmo após ajuste para comportamento geral e problemas de relacionamento com colegas, e particularmente na segunda metade da infância. Entre os adolescentes, a maior taxa de tentativa de suicídio é entre os homens jovens transgêneros, seguidos por aqueles que se definem nem como homens nem como mulheres.] DSM V Tr

A cirurgia de mudança de sexo resolve?
"Antes da redesignação de gênero, adolescentes e adultos com disforia de gênero estão sob risco elevado de ideação suicida, tentativa de suicídio e suicídio. Após a redesignação de gênero, a adaptação pode variar, e o risco de suicídio pode persistir." (DSM V, p. 455)

Prevalência
Para indivíduos do sexo masculino ao nascimento a prevalencia varia de  0.005 a 0.014, e para indivíduos do sexo femino ao nascimento de 0,002 a 0,003 % . è provável que as taxas estejam subestimadas, tendo em vista que nem todos os adultos que pretendem fazer terapia horomonal e cirurgia de redesignação de gênero procurem clínicas especializadas. Em crianças, as proporções entre meninos em comparação com meninas variam de 2:1 a 4,5:1. Em adolescentes, essa proporção se aproxima da paridade; em adultos, a proporção é favorável aos indivíduos do sexo masculino ao nascimento e varia de 1:1 a 6,1:1. Em dois países, aparentemente a proporção entre os sexos é favorável aos indivíduos do sexo feminino ao nascimento (Japão: 2,2:1; Polônia: 3,4:1). (DSM V, p. 455)

[Não há estudos populacionais em larga escala sobre disforia de gênero. Com base em populações que procuram tratamento de afirmação de gênero, a prevalência de diagnóstico de disforia de gênero em todas as populações foi avaliada em menos de 1/1.000 (ou seja, < 0,1%) para indivíduos designados do sexo masculino no nascimento e indivíduos designados do sexo feminino ao nascimento. Como muitos adultos com disforia de gênero não procuram atendimento em programas de tratamento especializado, as taxas de prevalência provavelmente são subestimadas. Estimativas de prevalência baseadas em pesquisas de amostras de população geral autorrelatadas nos Estados Unidos e na Europa sugerem números mais altos, embora métodos variados de avaliação dificultem as comparações entre os estudos. A autoidentificação como transgênero varia de 0,5% a 0,6%; vivenciar-se como tendo uma identidade de gênero incongruente varia de 0,6% a 1,1%; sentir-se uma pessoa de sexo diferente varia de 2,1% a 2,6%; e o desejo de fazer tratamento médico varia de 0,2% a 0,6%.] DSM V Tr


Fatores de Risco e Prognóstico

Temperamentais. Para indivíduos com disforia de gênero sem um transtorno do desenvolvimento sexual, o comportamento de gênero atípico entre pessoas com disforia de gênero de início precoce se desenvolve logo no início da idade pré-escolar. É também possível que um grau elevado de atipicidade torne o desenvolvimento de disforia de gênero, assim como sua persistência na adolescência e na vida adulta, mais provável.

Ambientais. Entre indivíduos com disforia de gênero sem um transtorno do desenvolvimento sexual, é mais comum que homens com disforia de gênero (na infância e na adolescência) tenham irmãos mais velhos do que homens sem a condição. Fatores predisponentes adicionais que estão sendo avaliados, especialmente em indivíduos com disforia de gênero de início tardio (adolescência, vida adulta), incluem a transformação do travestismo fetichista habitual em auto- ginecofilia (i.e., excitação sexual associada ao pensamento ou à imagem de si mesmo como uma mulher) e outras formas mais gerais de problemas sociais, psicológicos ou do desenvolvimento.

Genéticos e fisiológicos. Evidências de familiaridade (fraca) de transexualismo entre irmãos não gêmeos, concordância aumentada para transexualismo em gêmeos monozigóticos em com-paração com gêmeos dizigóticos do mesmo sexo, em indivíduos com disforia de gênero sem um transtorno do desenvolvimento sexual, sugerem alguma contribuição genética e algum grau de herdabilidade do transtorno. No que diz respeito aos achados endócrinos, não foram encontradas anormalidades endógenas sistêmicas nos níveis dos hormônios sexuais em indivíduos 46,XY, enquanto parecem ocorrer níveis aumentados de andrógenos (na faixa encontrada em mulheres hirsutas, porém muito abaixo dos níveis masculinos normais) em indivíduos 46,XX. De maneira geral, as evidências atuais são insuficientes para rotular disforia de gênero sem um transtorno do desenvolvimento sexual como uma forma de intersexualidade limitada ao sistema nervoso central. (DSM V, p. 457)

[Na disforia de gênero associada a um DSD, a probabilidade de disforia de gênero posterior aumenta se a produção pré-natal e a utilização (via sensibilidade do receptor) de andrógenos forem grosseiramente variantes em relação ao que é geralmente visto em indivíduos com o mesmo.Indivíduos designados do sexo masculino ao nascimento com disforia de gênero sem DDS (na infância e adolescência) mais comumente têm irmãos mais velhos quando comparados aos homens cisgêneros.

Indivíduos com disforia de gênero foram relatados em muitos países e culturas .Para indivíduos com disforia de gênero sem DSD, alguma contribuição genética é sugerida pela evidência de familiaridade (fraca) de disforia de gênero entre irmãos não gêmeos, maior concordância para disforia de gênero em monozigóticos em comparação com gêmeos dizigóticos do mesmo sexo e algum grau de herdabilidade de gênero disforia. Pesquisas sugerem que a disforia de gênero tem uma base poligenética envolvendo interações de vários genes e polimorfismos que podem afetar a diferenciação sexual in utero do cérebro, contribuindo para a disforia de gênero em indivíduos atribuídos ao sexo masculino ao nascer.

Gênero sexual. Exemplos incluem indivíduos 46,XY com história de meio hormonal pré-natal masculino normal, mas defeitos genitais não hormonais inatos (como na extrofia da bexiga cloacal ou agenesia peniana) e que foram atribuídos ao sexo feminino. A probabilidade de disforia de gênero é ainda aumentada pela exposição adicional, prolongada e altamente variante de gênero ao andrógeno pós-natal com virilização somática, como pode ocorrer em indivíduos 46,XY criados por mulheres e não castrados com deficiência de 5-alfa redutase-2 ou 17-beta-hidroxiesteróide deficiência de desidrogenase-3 ou em indivíduos 46,XX criados pelo sexo feminino com hiperplasia adrenal congênita clássica com períodos prolongados de não adesão à terapia de reposição de glicocorticóides. No entanto, o meio androgênico pré-natal está mais relacionado ao comportamento de gênero do que à identidade de gênero. Muitos indivíduos com DSDs e comportamento marcadamente variante
de gênero não desenvolvem disforia de gênero. Assim, o comportamento de não conformidade de gênero por si só não deve ser interpretado como um indicador de disforia de gênero atual ou futura. Parece haver uma taxa mais alta de disforia de gênero e mudança de gênero iniciada pelo paciente de mulher para homem do que de homem para mulher em indivíduos expostos no pré-natal a um complemento completo de influências hormonais masculinizantes. DSM V Tr

Disforia de gênero em crianças:
As taxas de persistência da disforia de gênero da infância até a adolescência ou a fase adulta variam. Em indivíduos do sexo masculino ao nascimento, a persistência varia de 2,2 a 30%. Em indivíduos do sexo feminino ao nascimento, a persistência varia de 12 a 50%. Há modesta correlação entre persistência da disforia de gênero e medidas dimensionais da gravidade apuradas no momento da avaliação inicial da criança. Em uma amostra de indivíduos do sexo masculino ao nascimento, foi identificada também modesta correlação entre persistência e histórico socio- econômico mais baixo. Não está suficientemente claro se abordagens terapêuticas específicas para a disforia de gênero em crianças estão relacionadas a taxas de persistência a longo prazo. As amostras de acompanhamento existentes consistem em crianças que não receberam nenhuma intervenção terapêutica formal ou que receberam vários tipos de intervenção terapêutica, variando desde esforços ativos para reduzir a disforia de gênero até uma abordagem mais neutra de "espera vigilante". 
Não está claro se crianças "encorajadas" ou apoiadas a viver socialmente no gênero desejado apresentam taxas mais elevadas de persistência, visto que elas ainda não foram acompanhadas longitudinalmente de forma sistemática. (DSM V, p. 455)

[Em indivíduos designados do sexo masculino ao nascer, estudos da América do Norte e Holanda
descobriram que a persistência variou de 2% a 39%. Em indivíduos designados do sexo feminino ao
nascimento, a persistência variou de 12% a 50%. A persistência da disforia de gênero é modestamente
correlacionada com medidas dimensionais de gravidade verificadas no momento de uma avaliação inicial da infância. A transição social precoce também pode ser um fator de persistência da disforia de gênero na adolescência. ]DSM V Tr


Relação entre disforia de gênero e orientação sexual
...Tanto entre indivíduos do sexo masculino como entre indivíduos do sexo feminino ao nascimento com evidências de persistência da disforia de gênero, quase todos sentem atração sexual por indivíduos do seu sexo de nascimento. No caso de crianças do sexo masculino ao nascimento cuja disforia de gênero não persiste, a maioria é androfílica (sente atração física por homens) e frequentemente identifica a si mesmo como gay ou homossexual (variando de 63 a 100%). No caso de crianças do sexo feminino ao nascimento cuja disforia de gênero não persiste, o percentual de ginecofílicas (sentem atração física por mulheres) e que identificam a si mesmas como lésbicas é menor (variando de 32 a 50%)." (DSM V, p. 456)


Adolescentes e adultos do sexo masculino ao nascimento, com disforia de gênero de início precoce, quase sempre sentem atração sexual por homens (androfüicos). 

Adolescentes e adultos com disforia de gênero de início tardio frequentemente adotam comportamento de travestismo com excitação sexual. A maioria desses indivíduos é ginecofílica ou sente atração sexual por outros indivíduos de sexo masculino ao nascimento com disforia de gênero tardio que já iniciaram a transição de gênero. 

Uma porcentagem substancial de indivíduos masculinos adultos com disforia de gênero de início tardio coabita ou é casada com indivíduos femininos ao nascimento. Após a transição de gênero, muitas dessas pessoas se identificam como lésbicas. (DSM V, p. 456)



Em indivíduos femininos ao nascimento, tanto adultos como adolescentes, o curso mais comum é a forma de início precoce de disforia de gênero. A forma de início tardio é muito me-nos comum em indivíduos do sexo feminino em comparação com os do sexo masculino ao nascimento. Assim como em indivíduos masculinos ao nascimento com disforia de gênero, pode ter ocorrido um período no qual houve recuo da disforia de gênero, e essas pessoas passaram a se identificar como lésbicas. Entretanto, com a recorrência da disforia de gênero, elas buscam ajuda clínica, em geral com a intenção de fazer tratamento hormonal ou cirurgia de redesignação. Os pais de adolescentes femininos ao nascimento com a forma de início tardio também demonstram surpresa, visto que não havia sinais evidentes de disforia de gênero na infância. As expressões de disforia anatômica são muito mais comuns e proeminentes em adolescentes e adultos do que em crianças.

Indivíduos adolescentes e adultos femininos ao nascimento com disforia de gênero de início precoce são quase sempre ginecofílicos. 

Adolescentes e adultos com a forma de início tardio são geralmente androfílicos e, após a transição de gênero, identificam-se como homens gays. Indivíduos femininos ao nascimento com a forma de início tardio não apresentam comportamento de travestismo com excitação sexual.