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sábado, 11 de novembro de 2017

livre arbítrio e depravação total

Este artigo contém:

1-Definição de livre arbítrio/ livre agência
2- Prova lógica do livre arbítrio/ livre agência
3- Prova Histórica do livre arbítrio/ livre agência
4- Ato moral, imoral, amoral, consciência moral
5- Escolhas x Influencias
6- Depravação Total
7- Tipos de livre arbítrio/agência
8- Pecado: necessidade ou propensão?
9- Livre arbítrio/ agencia em pessoas não regeneradas
10-Pode uma pessoa crer sem a ajuda da graça de Deus?
11- Refutação de versículos usados por Calvinistas

1-DEFINIÇÃO DE LIVRE ARBÍTRIO
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será?



Arbítrio: "decisão dependente apenas da vontade" . 

Livre-arbítrio: "possibilidade de decidir, escolher em função da própria vontade, isenta de qualquer condicionamento, motivo ou causa determinante" Dicionário Houaiss Eletrônico 2.0  2007.
 Em outras palavras:
O arbítrio ou livre arbítrio é a decisão baseada exclusivamente  na Vontade ou poder de decisão dado por Deus na criação. Isto não implica em dizer que outros fatores não estão atuando como por exemplo: desejo, coação,hábito etc.

Os calvinistas, entretanto modificaram o sentido da expressão 'livre arbítrio":

  •  dizem que livre arbítrio sempre implica fazer sempre o bem, mas no entanto Adão fez uso do livre arbítrio para o mal
  • dizem que o homem ainda escolhe, mas na verdade ele sempre agrada seus pensamentos malignos e desejos pecaminosos e portanto sempre cede ao pecado.Ou seja, é incapaz de não cometer algum pecado, é incapaz de não ceder a  nenhuma tentação
  • dizem que como o homem tem a necessidade de pecar, este tem apenas livre agência, ou seja, é um agente livre, mas na verdade é um agente escravo, como um leão que age exclusivamente por instinto, fazem um jogo de palavras
  • dizem que os homens são agentes livres, mas na verdade, segundo eles não agem se não de acordo com a natureza do pecado, como um animal.
Todos os seres humanos são agentes livres no sentido de que eles podem tomar suas próprias decisões a respeito daquilo que querem fazer, escolhendo como lhes agrada, à luz de sua própria consciência, inclinações e pensamentos” Bíblia de Estudo de Genebra p. 880

O calvinista Augusto Nicodemus  assim define: 'capacidade do homem de fazer escolhas morais sempre voltadas para o bem" (Augustus Nicodemus) https://www.youtube.com/watch?v=8StcSRl5NIA   6'15

O calvinista Hernandes Dias Lopes assim define: 'Conforme disse Lutero, a vontade do homem pecador é escrava do pecado. Somente Adão, antes da queda tinha livre arbítrio. Hoje temos apenas livre agência, ou seja, a capacidade de decidir se vamos morar nesta ou naquela cidade; se vamos estudar nesta ou naquela escola. Não temos, porém, a capacidade de escolher entre o bem e o mal e o poder inerente de praticar o bem." https://www.facebook.com/hernandesdiaslopes/posts/1538981439476242 acesso em 14/10/2017

R. C., Sproul (teólogo calvinista), usa o termo livre arbítrio no sentido usual da palavra: Antes do renascimento ainda temos livre arbítrio, mas ainda não temos a liberação do poder do pecado, que é o que Agostinho chamou de liberdade" Eleitos de Deus. São Paulo: Cultura Cristã, p. 49
'Livre ação é uma característica da humanidade como tal. Todos os seres humanos são agentes livres no sentido de que eles podem tomar suas próprias decisões a respeito daquilo que querem fazerem escolhendo como lhes agrada, à luz de sua própria consciência, inclinações e pensamentos. São responsáveis perante Deus e perante o resto da humanidade pelas escolhas que fazem. Adão era um agente livre antes da queda e depois também, pois continuou a ter desejos e pensamentos, que punha em ação por meio de sua vontade. Do mesmo modo, agora, também somos agentes livres. Continuaremos a ser assim depois da ressurreição. Os santos glorificados exercem sua vontade, porém são confirmados na graça, a fim de que não pequem. As escolhas deles são produto de sua livre ação, escolhas feitas de acordo com a sua natureza, porém, agora, essas escolhas são boas e certas. A transformação do coração deles está completa, e eles desejam praticar só o que é reto.
 Livre arbítrio foi definido por mestres cristãos do século II e de séculos posteriores como a capacidade de escolher nenhuma das opções morais oferecidas em dada situação. Agostinho ensinou que essa capacidade se perdeu na queda. Essa perda é parte do peso do pecado original. Depois da queda, nosso coração natural não está mais inclinado para Deus; ele está escravizado sob o jugo do pecado e não pode livrar-se dessa escravidão a não ser pela graça da regeneração. Esse modo de entender a escravidão da vontade é ensinado por Paulo em Romanos 6.16-23. Somente a vontade que foi libertada é capaz de escolher a justiça livremente e de coração. O amor permanente para com a justiça, isto é, a inclinação do coração para o modo de viver que agrada a Deus, é um aspecto da liberdade que Cristo assegura (Jo 8.34-36; Gl 5.1,13)." Bíblia de Estudo de Genebra p. 880


O termo livre arbítrio é utilizado por não calvinistas no seu aspecto mais amplo,  usual, histórico (Sociologia, Biologia, Antropologia, Direito, Psicologia). o teólogo

Sendo mais específico, livre arbítrio é:  É a capacidade do homem de tomar decisões por si mesmo, através de seu auto determinismo; tendo capacidade de escolher agir diferentemente das circunstâncias que favorecem certa tomada de decisão. “O indivíduo nem sempre faz o que quer (deseja), mas o que decide (Norman Geisler, teólogo calvinista sublapsariano. Enciclopédia de apologética- vocábulo:determinismo)

O indivíduo só não teria livre arbítrio se algo tirasse a capacidade dele de escolher algo diferente daquilo que escolheu. Ex: a)Durante a época dos Imperadores romanos, a maioria exigia culto a si mesmos, então o Cristão que dissesse que Jesus é o Senhor, então jogado às feras ou condenado a outro tipo de morte. b)alguém pode estar com fome, e mesmo assim recusar-se a se alimentar, mesmo que esteja diante de sua comida predileta.

Objeções: 
·       O autodeterminismo elimina a soberania.
·       O autodeterminismo é contrário à graça.
Resposta
·       Deus soberanamente  delegou  livre arbítrio aos homens e aos anjos, ou seja, eles escolheram não obedecer a Deus, e isso não interferiu na sua soberania. Ao conferir liberdade de escolha Deus fez a sua vontade soberana. O poder da liberdade é causado por Deus, mas o exercício da liberdade é causado pela pessoa.
·       O livre arbítrio é um dom [do grego: algo doado de graça, um presente]. A capacidade de escolha é dada (doada) por Deus na natureza humana. É uma capacidade natural. O dom da salvação é também algo doado por Deus.

·        A capacidade da pessoa receber o dom gracioso da salvação de Deus não é a  mesma coisa que trabalhar por ele (leia Rm 6:23  e veja que Paulo faz um contraste entre salário e dom gratuito, compare com Rm 4:4 (dívida e graça). Assim a palavra graça e dom está em contraste com obras , salário, dívida, e boas ações Ef 2:8-10. dizer que a capacidade de decidir por Cristo é uma obra e isto vai contra Ef 2:8-9 é violar o contexto, pois ali fala de boas obras, obras de justiça Ef 2:10; Tt 3:5 “não por obras de justiça que houvéssemos feito, mas  segundo a sua misericórdia” 

2- PROVA LÓGICA DO LIVRE-ARBÍTRIO 

Resumo:
1- quando estamos diante de opções a tomar temos consciência das opções
2- quando estamos diante de opções a tomar sabemos que podemos prolongar a reflexão ou abreviá-la
3- quando de fato decidimos temos consciência de que poderíamos tomar uma decisão oposta a decidida
4-  temos consciência  que podemos voltar atrás, anular a decisão tomada, recomeçar a liberação, ou ainda abandonar antes de executar a decisão tomada
5- se não tivéssemos liberdade  o castigo e a recompensa não teriam sentido
6- o sentimento de dever pressupõe que somos livres e que precisamos fazer determinada escolha
7- o sentimento de responsabilidade advém do fato de estarmos conscientes da nossa liberdade de escolha diante do dever
8- o uso de contratos, juramentos e alianças implicam em liberdade de escolha

"A VONTADE

1. NATUREZA DA VONTADE

A vontade é o princípio mais alto da atividade humana. Ela se opõe ao instinto, como uma atividade refletida se opõe a uma atividade inconsciente e fatal. Por ela, o homem se torna verdadeiramente "pai de seus atos".

Podemos defini-la como a faculdade de perseguir o bem, conhecido pela razão. A vontade é, então:

1. Um princípio de atividade inteligente, enquanto conhece o fim a que tende, os meios de atingi-lo e as conseqüências que dele resultarão.

2. Um princípio de atividade livre, capaz de se determinar a si mesma, e por si mesma, pela escolha que faz entre os diferentes bens que a razão lhe propõe.

3. Um princípio de atividade ordenada ao bem, que é, pois, o objeto próprio da vontade. O homem não pode querer outra coisa senão o bem: em relação a este objeto, a vontade não é livre; e tudo o que perseguimos, não pode ser perseguido senão sob o aspecto do bem.

 A liberdade nasce, como o diremos mais adiante, da escolha que o homem deve fazer entre os diferentes bens que se lhe oferecem



2. ANÁLISE DO VOLUNTÁRIO

1. As três fases do ato voluntário. —  Estas fases nem sempre são fáceis de determinar: em certos atos quase instantâneos, fundem-se de alguma forma uns nos outros. Mas desde que se trate, por exemplo, de uma decisão grave a tomar, então os diferentes momentos do ato voluntário aparecem claramente distintos. São estes: a deliberação, a decisão e a execução.

a) A deliberação. É um momento de indecisão e de hesitação, durante o qual o espírito examina, em seus diversos aspectos, o problema a resolver, considera as alternativas que se apresentam, e as razões pró’ e contra de cada uma delas, para, enfim, concluir: "Tal é a decisão que devo tomar". A decisão não é tomada, ainda, apesar disto: muitas vezes mesmo, certas vontades fracas ficam neste julgamento preparatório, sem se resolverem a passar à decisão verdadeira.

b) A decisão. Reduz-se inteiramente, ao seu "eu quero", que encerra definitivamente a deliberação, à escolha de um dos termos da alternativa levada em conta na deliberação, de tal forma que os outros sejam eliminados no mesmo ato.

c) A execução. Consiste em realizar a escolha e o "eu quero" da decisão. Esta fase é, de certa maneira, exterior ao ato voluntário, porque pode faltar (por exemplo, no caso em que a realização é impossível) sem que sua ausência em nada venha influir no ato voluntário. Este fica então concentrado formalmente na decisão,

2. Parte da vontade nas diferentes fases.

a) Na deliberação. Colocadas ante uma alternativa, as tendências se voltam instintivamente para um dos termos, em detrimento dos outros. Por isso deve a vontade intervir para manter o equilíbrio, que permitirá à reflexão agir com toda independência. Os impulsivos carecem dessa vontade de inibição, cujo papel é impor um freio ao ímpeto das tendências instintivas.

A vontade intervém, então, nesta fase, para substituir a atenção espontânea que certas alternativas apresentam em detrimento de outras, pela atenção refletida, que conduz metòdicamente o exame, sem se deixar desviar de seu objeto.

b) Na decisão. Aqui, como vimos, tudo retorna à vontade. É ainda necessário que exista decisão verdadeira: freqüentemente, só existe aparência de decisão, e é isto o que se produz cada vez que um termo da alternativa é eleito pelo simples jogo do automatismo psicológico. Então, de todos os motivos que se apresentam, prevalece o mais forte, sem que tenhamos contribuído por um ato verdadeiramente refletido e consciente na escolha, que suspende a indeterminação primeira.

Para que exista volição, é, portanto, necessário que um ato positivo e refletido ponha fim à deliberação.

c) Na execução. A vontade não tem que intervir neste caso senão para pôr em movimento as faculdades executivas e mantê-las em atividade. Ela deve, muitas vezes, renovar a decisão inicial e repudiar todo retorno ofensivo das tendências instintivas que a lançavam, inicialmente, em sentido contrário.
2-O livre arbítrio. — O livre arbítrio não é uma faculdade distinta da vontade, mas um atributo da vontade.

Podemos defini-lo: o poder que possui a vontade de se determinar a si mesma e, por si mesma, a agir ou a não agir, sem ser a isto coagida por nenhuma força, nem exterior nem interior.



PROVAS DO LIVRE-ARBÍTRIO

1. Prova pela consciência. — Esta prova resulta da análise que fizemos do ato voluntário, no qual a consciência experimenta, por experiência direta, a liberdade do querer. Retomemos, então, esta análise, colocando-nos no ponto-de-vista da liberdade.

a) A deliberação. Temos consciência, antes de agir, de não sermos simples espectadores do conflito interior dos móveis e motivos que nos solicitam, e das tendências instintivas que nos impulsionam, uma vez que intervimos para impor-lhes silêncio. Temos, pois, consciência de dominá-los, como também de aplicar nossa atenção, a nosso gosto, em determinada alternativa, com exclusão das outras, de prolongar e de limitar arbitrariamente nosso exame.

b) A decisão. No mesmo momento em que tomamos a decisão, nossa consciência testemunha que poderíamos tomar o partido contrário ao que escolhemos. Nós nos conhecemos, então, verdadeiramente, como causa única, e independente, do partido que tomamos.

c) A execução. Durante a execução, tenho consciência de poder a meu gosto voltar atrás, anular a decisão tomada, recomeçar a liberação, ou ainda abandonar pura e simplesmente a execução.

Ora, este testemunho da consciência é tão claro, tão afirmativo, que nada me permite duvidar dele: apreendo aí, diretamente, na sua própria realidade, o fato de minha liberdade interior.


2- Prova moral. — O argumento baseado na consciência moral,é indireto,... no sentido de que conclui pela existência da liberdade, apóiando-se em certos dados morais, a saber: a obrigação e a  responsabilidade.

a) A obrigação. Sentimo-nos obrigados a cumprir certos atos e a nos abster de outros. Ora, este sentimento de obrigação supõe a liberdade, sob pena de ser absolutamente ininteligível. Se nos sentimos obrigados a praticar a justiça, é que nos sabemos livres para praticá-la ou não. Ao contrário, nos nos sentiremos jamais obrigados a digerir, porque não somos livres de não digerir.

b) O sentimento da responsabilidade decorre do sentimento da obrigação moral. Não podemos ter consciência de que somos responsáveis por nossos atos, quer dizer, de ter que responder por eles, a menos que estes atos sejam obra de nossa liberdade, e na medida em que o são. Suprima-se a liberdade, a responsabilidade desaparecerá.


3- Prova pela consciência social. — As sanções em uso na vida social (recompensa e castigo) não têm sentido senão pela liberdade. Supõem elas que os homens se reconheçam livres e responsáveis por seus atos. Por isso, em contraposição, não se punem os dementes que realizam atos delituosos: por carência de razão e, portanto, de liberdade, seus atos não lhe são imputáveis.

Por outro lado, o uso continuado dos contratos, pelos quais os homens assumem obrigações recíprocas, igualmente supõe a crença no livre arbítrio. Não podemos, com efeito, obrigar-nos a realizar tais e tais atos, a não ser na medida em que acreditemos que estes atos dependem da nossa livre determinação.

4. Prova metafísica.

a) Sabemos que a vontade é uma faculdade racional, que tem por objeto o bem conhecido pela razão sob forma universal, quer dizer, o bem em geral, embora nada possamos desejar ou querer senão sob o aspecto do bem. Ora, como as coisas que, de fato, podemos desejar e querer são apenas aspectos do bem, quer dizer, dos bens limitados e parciais, e não o bem absoluto e total, a vontade não é determinada necessariamente por nenhum deles, quer dizer, ela é livre. É desta indeterminação do querer, que nasce o livre arbítrio."
Curso de Filosofia. Regis Jolivet. Rio de Janeiro: Agir. 1976p. 206-216


3- PROVA HISTÓRICA DO LIVRE-ARBÍTRIO/ AGÊNCIA 


Os pai da igreja diziam que:
1- o homem tem livre arbítrio antes e após a queda
2- o homem usa seu livre arbítrio para acreditar ou não, obedecer ou não.
3- embora de certa forma tenha se tornado escravo o homem com o auxilio da graça de Deus por meio do Espírito Santo  pode ter fé e se arrepender
4-se o homem não tivesse livre arbítrio , não teria sentido o louvor e a punição
5- se o homem não tivesse livre arbítrio Deus não poderia condená-lo
6- que Deus respeita a decisão do uso do livre arbítrio do homem
7- que se Deus forçasse o homem a uma graça irresistível isso seria uma violência.
8- Vários textos da Bíblica confirmam a liberdade de escolha do o homem


CLEMENTE  DE ROMA  (FIM DO PRIMEIRO SÉCULO)
O Senhor deu possibilidade de arrependimento a todos aqueles que queriam converter-se a ele... Clemente de roma aos Coríntios ,cap. 7.5 . São Paulo: Paulus, 2008, p. 28

Na sua  onipotente vontade, ele decidiu que todos os seus amados tenham possibilidade de arrependimento  Clemente de roma aos Coríntios. cap.  8.5 ,São Paulo: Paulus, 2008,p. 29

"...nós que por sua vontade fomos chamados em Jesus Cristo, não somos justificados por nós mesmos, nem pela nossa sabedoria, piedade ou inteligência, nem com as obras que realizamos com pureza de coração, e sim pela fé; é por ela que o Todo-Poderoso justificou todos os homens desde as origens" Clemente de roma aos Coríntios. cap.32.3, São Paulo: Paulus, 2008p.46

JUSTINO MÁRTIR (100-165 D,C.)
No princípio ele criou o gênero humano racional, capaz de escolher a verdade e praticar o bem, de modo que não existe homem que tenha desculpa diante de Deus, pois todos foram criados racionais capazes de contemplar a verdade  Justino de Roma. 1ªApologia 28.3. São Paulo:Paulus, 2010, p. 44

Com efeito Deus não fez os homens como as outras criaturas. Por exemplo: árvores ou quadrúpedes, que nada podem fazer por livre determinação. Nesse caso, não seria digno de recompensa ou elogio, pois não teria escolhido o bem por si mesmo, mas nascido já bom; nem por ter sido mau, seria castigado justamente, pois não o seria livremente, mas por não ter podido ser algo diferente do que já foi.43.8

'Esta doutrina foi ensinada a nós pelo Espírito Profético...Olha que diante  da tua face está o bem e o mal: escolhe o bem.'...'lavai-vos purificai vos, tirai a maldade de vossas almas. Aprendei a fazer o bem, julgai o órfão, fazei justiça à viúva; então vinde e conversaremos, diz o Senhor. mesmo que seus pecados sejam como a purpura, eu os deixarei brancos como a lã; mesmo que sejam como a escarlate, eu os tornarei...Se quiserdes e me escutardes, comereis os bens dessa terra; mas se não me escutardes, a espada vos devorará,...De modo o próprio Platão ao dizer: 'A culpa é de quem escolhe'.. Justino de Roma. 1ªApologia .44.1-8. São Paulo:Paulus, 2010, p. 59

Deus, querendo que homens e anjos seguissem o bem, dotados de razão para conhecer de onde vem e a quem devem o ser a que antes não tinham e lhes impôs uma lei, pela qual serão julgados, caso não tenham agido conforme a reta razão. portanto por nossa própria culpa seremos convencidos de ter sido maus, homens e anjos, sem antes não fizermos penitencia. Contudo se a Palavra de Deus anuncia absolutamente que alguns anjos e homens certamente serão castigados, isso foi predito porque ele de antemão conheceu que seriam maus e não se arrependeriam, não porque o próprio Deus assim os fizesse. De mode que  se fizerem penitênica, todos os que quiserem poderão alcançar de Deus a misericordia... Justino de Roma.Diálogo com Trifão 141. São Paulo:Paulus, 2010,p. 322



ÍRENEU (130-200 D.C.)
" 'Há muitos chamados mas poucos eleitos'.; há os que são lobos por dentro enquanto por fora etão vestidos de peles de cordeiros; veriam que Deus sempre respeitou o livre arbítrio do homem, limitando-se a exortá-lo do bem..." Contra as Heresias. Irineu.Livro IV, 15.2 São Paulo: Paulus, p. 410 

A expressão: “Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos [...] mas vocês não quiseram” ilustra bem a antiga lei da liberdade do homem, porque Deus o fez livre desde o início, com a sua  vontade e a sua alma para consentir aos desejos de Deus sem ser coagido por ele. Deus não faz violência, e o bom conselho o assiste sempre, por isso dá o bom conselho a todos, mas também dá ao homem o poder de escolha, como dera aos anjos, que são seres racionais, para que os que obedecem recebam justamente o bem, dado por Deus e guardado para eles enquanto que os desobedientes serão justamente frustrados neste bem...Contra as Heresias. Irineu.Livro IV, 37.1 São Paulo: Paulus, p. 499

Se não dependesse de nós o fazer e o não fazer, por qual motivo o Apóstolo, e bem antes dele o Senhor, nos aconselhariam a fazer coisas e a nos abster de outras? Sendo, porém, o homem livre na sua vontade, desde o princípio, e livre é Deus, à semelhança do qual foi feito, foi-lhe dado, desde sempre, o conselho de se ater ao bem, o que se realiza pela obediência a Deus Contra as Heresias. Irineu.Livro IV, 37.4 São Paulo: Paulus, p. 501

Não somente nas ações , mas também na fé, o Senhor deixou livre e independente o arbitrio do homem. Ele disse: 'Seja feito segundo a tua fé', mostrando que a fé é própria do homem, pois tem o poder de decidir. E ainda: tudo é possível para quem crê. E mais: Vai, e te seja feito conforme acrediataste'. E todos os textos análogos que mostram o homem livre em relação à fé. Por isso 'aquele que dê tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não terá a vida eterna, mas a ira de Deus ficará sobre ele'. Segundo este princípio, indicando ao homem seu verdadeiro bem e afirmando ao mesmo tempo a sua liberdade de arbítrio e de poder, o Senhor dizia a Jerusalém:  Quantas vezes quis eu reunir os teus filhos, como a galinha recolhe os seus pintinhos debaixo das asas, e  não o quiseste!
Contra as Heresias. Irineu.Livro IV, 37.5 São Paulo: Paulus, p. 502

os que se  separam da luz do pai e transgridem a lei da liberdade, por sua culpa se afastaram,porque foram criados livres e donos de seus atos." Contra as Heresias. Irineu.Livro IV, 39.3 São Paulo: Paulus,p. 510

o Filho veio para todos igualmente, mas julga e distingue os que creem dos que não creem - porque espontaneamente os que creem fazem sua vontade e espontaneamente os que não creem não recebem seus ensinamentos- está claro que o pai criou todos iguais, cada um possuindo o seu poder de decisão e seu livre arbítrio, mas ve tudo e providencia para todos...Contra as Heresias. Irineu.Livro V, 27.1 São Paulo: Paulus,p. 592

Para aqueles que por sua propria vontade se afastam dele, confirma a separação que escolheram; a separação de Deus é a  morte, a separação da luz são as trevas, é a perda de todos os bens que vêm dele...os dons de Deus são eternos e sem fim,e a privação deles é também eterna e sem fim, com os que se autocegaram por uma luz violenta ou foram por outros, estão privados permanentemente do gozo da luz, não porque a própria luz os cegue, mas porque a sua cegueira aumenta sua desgraça.

Por isso o Senhor dizia 'quem crê em mim não é julgado', isto é, não é separado de Deus, porque está unido a Deus pela fé. E acrescentava: Mas quem não cre já eata condenado poruqe não creu do Unigenito Filho de Deus", separou-se de Deus por livre decisão. Este é o julgametno: a luz veio ao mundo, mas os homens preferiram astrevas à luz... Contra as Heresias. Irineu.Livro V, 27.2 São Paulo: Paulus,p. 592

Eis que o Apostolo diz:
visto que não  acolheram o amor da verdade afim de serem salvos, por isso Deus lhes manda o poder da sedução, para que acreditem na mentira, e sejam condenados todos quantos não deram crédito à verdade; mas que consentiram na iniquidade.Contra as Heresias. Irineu.Livro V, 28.2 São Paulo: Paulus,p. 593



ATENÁGORAS DE ATENAS (SÉC, II)
Do mesmo modo, porém, que os homens tem livre arbítrio podem optar pela virtude e pela maldade - pois se não estivesse em eu poder a maldade e a virtude, não honraríeis os bons nem castígaríeis os maus,..." (Padres Apologistas. Atenágoras. Petição em favor dos Cristãos, XXIV. São Paulo: Paulus, 2005.p. 150-151).


TEÓFILO DE ÂNTIOQUÍA (SÉC. II) ano 180 d.C
Deus fez o homem livre, e senhor de seus atos[...] Deus lhe presenteou com isso, atraves de sua bnevolencia e misericordia, contanto que o homem lhe obedeça. Pois como o homem, desobedecendo, atraiu morte sobre si próprio, assim também, obedecendo ã vontade de Deus que quer, pode obter para sia vida eterna (Padres apologistas. 2º livro a Autólico 27 São Paulo: Paulus, 2005.p. 256

TACIANO DA SÍRIA (FIM DO SÉC II)
Viva para Deus e, apreendendo-o, coloque de lado sua velha natureza. Não fomos criados para morrer, mas morremos por nossa própria falha. Nosso livre-arbítrio nos destruiu, nós que fomos livres nos tornamos escravos; fomos vendidos pelo pecado. Nada de mal foi criado por Deus; nós próprios manifestamos impiedade; mas nós, que a temos manifestado, somos capazes de rejeitá-la novamente {Address, XI).

BARDESANO DA SÍRIA (C, 154-222)
Como é que Deus não nos fez de modo que não pecássemos e não incorrêssemos na condenação? Se o ser humano fosse feito assim, não teria pertencido a si mesmo, mas seria instrumento daquele
que o moveu. [...] E como, nesse caso, diferiria de uma harpa, sobre a qual outro toca; ou de um navio, que outra pessoa dirige: onde o louvor e a culpa residem na mão do músico ou do piloto,
[...] eles sendo somente instrumentos feitos para uso daquele em quem está a habilidade? Mas Deus, em sua benignidade, escolheu fa zer assim o ser humano; pela liberdade ele o exaltou acima de muitas de suas criaturas (Fragmentos).

CLEMENTE DE ALEXANDRIA (C. 150-215)
Mas nós, que temos ouvido pelas Escrituras que a escolha autodeterminadora e a recusa foram dadas pelo Senhor ao ser humano, descansamos no critério infalível da fé, manifestando um espírito desejoso, visto que escolhemos a vida e cremos em Deus através de sua voz
(.Stromata, 2.4).

TERTULIANO (155-225)
Eu acho, entlo, que o ser humano foi feito livre por Deus, senhor de sua própria vontade e poder, indicando a presença da imagem de Deus e a semelhança com ele por nada melhor do que por esta constituição de sua natureza. [...]
Você verá que, quando ele coloca diante do ser humano o bem e o mal, a vida e a morte, que o curso total da disciplina está disposto em preceitos pelos quais Deus chama o ser humano do pecado, ameaça e exorta-o; e isso em nenhuma outra base pela qual o ser humano é livre, com vontade ou para a obediência ou para a resistência. [...]
Portanto, tanto a bondade quanto o propósito de Deus são descobertos no dom da liberdade em sua vontade dado ao ser humano... (Contra Marcião, 2.5).

NOVACIANO DE ROMA (C. 200-258)
Ele também colocou o ser humano no topo do mundo, e também o fez à imagem de Deus, e lhe comunicou mente, razão e perspicácia, para que pudesse imitar a Deus; e, embora os primeiros elementos do seu corpo fossem terrenos, a substância foi inspirada por um sopro divino e celestial. E, quando ele lhe deu todas as coisas para o seu serviço, quis que apenas ele fosse livre. E, para que novamente uma ilimitada liberdade não caísse em perigo, estabeleceu uma ordem, na qual ao ser humano foi ensinado que não havia qualquer mal no fruto da árvore; mas ele foi advertido previamente de que o mal surgiria se porventura ele exercesse o seu livre-arbítrio no desprezo à lei que lhe foi dada (Sobre a Trindade, cap. 1).

ORÍGENES (C. 185-254)

"não foi aquele que predisse que é a causa do acontecimento futuro, porque predisse que aconteceria, mas o acontecimento futuro da ao vidente a razão de predizê-lo...Judas... Portanto ele poderia ter-se lembrado de 'exercer misericordia' e não perseguir aquele que perseguiu; mas ainda que tenha podido, em vez de fazê-lo, ele traiu, de modo que merece as maldições que a profecia contém contra ele...Orígenes contra Celso. 20. São Paulo: Paulus.2011 p.144

Ora, deve ser conhecido que os santos apóstolos, na pregação da fé de Cristo, pronunciaram-se com a maior clareza sobre certos pontos que eles criam ser necessários para todo mundo. [...] Isso também é claramente definido no ensino da Igreja de que cada alma racional é
dotada de livre-arbítrio e volição {De Principiis, pref.).

Há, de fato, inúmeras passagens nas Escrituras que estabelecem com extrema clareza a existência da liberdade da vontade (De Principiis, 3.1).

METÓDIO (C. 260-311)
Ora, aqueles que decidem que o ser humano não possui livre-arbítrioe afirmam que ele é governado pelas necessidades inevitáveis do destino [...] são culpados de impiedade para com o próprio Deus, fazendo-o ser a causa e o autor dos males humanos (O banquete das dez virgens, xvi).

Eu digo que o ser humano foi feito com livre-arbítrio, não como se já houvesse algum mal existente, que ele tinha o poder de escolher se quisesse [...], mas que o poder de obedecer e desobedecer a Deus é a única causa (Sobre o livre-arbítrio).

ÁRQUELAU (C. 277)
Todas as criaturas que Deus fez, ele fez muito boas, e deu a cada indivíduo o senso de livre-arbítrio, de acordo com o padrão que ele também instituiu na lei de julgamento. Pecar é característica nossa, e nosso pecado não é dom de Deus, já que nossa vontade é constituída de modo a escolher tanto pecar quanto não pecar (Discussão com Maní).

ARNÔBIO DE SICCÀ (C. 253-327)
Aquele que convida a todos não liberta igualmente a todos? Ou não empurra ele de volta ou repele qualquer um para longe da amabilidade do Supremo que dá a todos igualmente o poder de vir a ele? — A todos, ele diz, a fonte da vida está aberta, e ninguém é impedido ou retido de beber [...] (Contra os pagãos).

Mais ainda, meu oponente diz que, se Deus é poderoso, misericordioso, desejando salvar-nos, que mude as nossas disposições e nos force a confiar em suas promessas. Isso, então, é violência, não é amabilidade nem generosidade do Deus supremo, mas uma luta vã e pueril na busca da  obtenção do domínio. Pois o que seria tão injusto como forçar homens que são relutantes e indignos, reverter suas inclinações; imprimir forçadamente em suas mentes o que eles não estão desejando receber, e têm
horror de... (ibidem).

CIRÍ.LO DE JERUSALÉM (C. 312-386)
Saiba também que você tem uma alma autogovernada, a mais nobre obra de Deus, feita à imagem do Criador, imortal por causa de Deus que lhe dá imortalidade, um ser vivente racional, imperecível, por
causa dele que concedeu esses dons: tendo livre poder para fazer o que deseja (Lecture, IV).

Não há um tipo de alma pecando por natureza e outro de alma praticando justiça por natureza; ambas agem por escolha, a substância da alma sendo de uma espécie somente e igualmente em tudo (ibidem).

A alma é autogovernada: e embora o Demônio possa sugerir, ele não tem o poder de obrigar a vontade. Ele lhe pinta o pensamento da fornicação: mas você pode rejeitá-lo, se quiser. Pois se você fosse fornicador por necessidade, por que razão Deus preparou o inferno? Se você fosse
praticante da justiça por natureza, e não pela vontade, por que preparou Deus coroas de glória inefável?. A ovelha é afável, mas ela nunca foi coroada por sua afabilidade; visto que sua qualidade de ser afável lhe pertence por natureza, não por escolha (ibidem).

GREGÓRIO DE  NÍSSA (C. 335-395)
Sendo à imagem e semelhança [...] do Poder que governa todas as coisas, o ser humano manteve também na questão do livre-arbítrio esta semelhança a ele cuja vontade domina tudo (Sobre a virgindade, cap. XII).

JERÔNIMO (C. 347-4.20)
E em vão que você tem uma idéia falsa a meu respeito e tenta convencer o ignorante de que eu condeno o livre-arbítrio. Deixe aquele que o condena
ser ele próprio condenado. Fomos criados, capacitados com o livre-arbítrio; ainda não é isto que nos distingue dos bárbaros. Pois o livrearbítrio
humano, como eu disse, depende da ajuda de Deus e necessita
de sua ajuda momento a momento, algo que você e os seus não
escolhem admitir. Sua posição é a de que, uma vez que o ser humano
tem livre-arbítrio, ele não mais necessita da ajuda de Deus. E verdade
que a liberdade da vontade traz consigo a liberdade da decisão. Ainda
assim o ser humano não age imediatamente sobre o seu livre-arbítrio, mas
requer a ajuda de Deus que, em si mesmo, não precisa de ajuda {Cartas).

Quando nós estamos preocupados com a graça e a misericórdia, o livre-arbítrio é em parte anulado; em parte, eu digo, porque tanto depende dele, que queremos e desejamos, e damos consentimento ao curso que escolhemos. Mas depende de Deus se temos o poder em sua força e com sua ajuda para fazer o que desejamos, e para nosso trabalho e esforço darem resultado (Contra os pelagianos, Livro III).

Cabe a nós o começar, mas a Deus terminar (ibidem, 3.1, v. tb. ap. 11).

JOÃO CRISÓSTOMO (347-407)
Deus, tendo colocado o bem e o mal em nosso poder, nos deu plena liberdade de escolha; ele não retém o indeciso, mas abraça o que é disposto (Homilias sobre Gênesis, 19.1).

Tudo está sob o poder de Deus, mas de um modo que nosso livre arbítrio não é perdido. [...] Ele depende, entretanto, de nós e dele. Devemos primeiro escolher o bem, e, então, ele acrescenta o que lhe pertence. Ele não precede nosso querer, aquilo que nosso livre-arbítrio não suporta. Mas
quando nós escolhemos, então ele nos proporciona muita ajuda. [...] Cabe a nós escolher de antemão e querer, mas cabe a Deus aperfeiçoar e concretizar (Homilia sobre Hebreus).3

AGOSTINHO JOVEM (354-430)4
O livre-arbítrio, naturalmente concedido pelo Criador à nossa alma
racional, é um poder tão neutro que pode tanto se inclinar para a fé como
se voltar para a incredulidade (O Espírito e a letra).


De fato, o pecado é tanto um mal voluntário que não é pecado deforma alguma, a menos que seja voluntário (Sobre a religião verdadeira). Logo, ou a vontade é a causa primeira do pecado, e neNhum pecado será causa primeira do pecado (O livre-arbítrio, 3.49).

O pecado não está de fato em nenhum lugar senão na vontade, visto que esta consideração também teria me ajudado, que a justiça declara culpados os que pecam pela vontade má apenas, embora possam ter sido incapazes de fazer o que desejavam {Duas almas, Contra os maniqueus, 10.12).

Nós, convencidos da existência de um Deus supremo e verdadeiro, confessamos também que possui potestade, vontade e presciência soberanas. E não tememos, por isso, fazer sem vontade o que voluntariamente fazemos, porque de antemão sabe Ele, cuja presciência não pode enganar-se, o que temos de fazer (A cidade de Deus, 5.9).

Quem quer que seja que tenha feito qualquer coisa má por meio de alguém inconsciente ou incapaz de resistir, este último não pode por meio algum ser condenado justamente {Duas almas, Contra os maniqueus, 10.12).

Qualquer um que também faz uma coisa com relutância é compelido, e todo aquele que é compelido, se faz uma coisa, faz somente de má vontade. Segue que aquele que deseja é livre de compulsão, mesmo se acha que está sendo obrigado {Duas almas, Contra os maniqueus, 10.14).

De maneira alguma nos vemos constrangidos, admitida a presciência de Deus, a suprimir o arbítrio da vontade ou, admitido o arbítrio da vontade, a negar em Deus a presciência do futuro, o que é verdadeira impiedade. Abraçamos, isso sim, ambas as verdades, confessamo-las
de coração fiel e sincero. [...] Longe de nós negar a presciência, por querermos ser livres, visto como com seu auxílio somos e seremos livres (A cidade de Deus, 5.10).


4- ATO MORAL, IMORAL, AMORAL, CONSCIENCIA MORAL

Ato Moral
"A instauração do mundo moral exige do homem a consciência crítica, que chamamos de consciência moral. Trata -se do conjunto de exigências e das prescrições
que reconhecemos como válidas para orientar a nossa escolha: é a consciencia que discerne o valor moral dos nossos atos.
O ato moral é portanto constituído de dois aspectos: o normativo e o fatual.
O normativo são as normas ou regras de ação e os imperativos que enunciam o "dever ser -
O fatual são os atos humanos enquanto se realizam efetivamente.
Pertencem ao âmbito do normativo regras como: "Cumpra a su a obrigação de estudar"; "Não minta"; "Não mate". O campo do fatual é a efetivação ou não da norma
na experiência vivida. Os dois pólos são distintos, mas inseparáveis. A norma só tem sentido se
orientada para a prática, e o fatual só adquire contorno mora l quando se refere à norma."

Ato Moral, Imoral ou Amoral
"O ato efetivo será moral ou imoral, conforme esteja de acordo ou não com a norma estabelecida. Por exemplo, diante da norma "Não minta", o ato de mentir será considerado imoral. Convém lembrar aqui a discussão estabelecida anteriormente a respeito do social e do pessoal na moral.
Nesse caso estamos considerando que o ato só pode ser moral ou imoral se o indivíduo introjetou a norma e a tornou sua, livre e conscientemente.
Considera-se amoral o ato realizado à margem de qualquer consideração a respeito das normas. Trata -se da redução ao fatual, negando o normativo. O homem "sem princípios" quer pautar sua conduta a partir de situações do presente e ao sabor das decisões momentâneas, sem nenhuma referência a valores.
É a negação da moral...."



Desejo e vontade
O ato voluntário
"Se o que caracteriza fundamentalmente o agir humano é a capacidade de antecipação ideal do resultado a ser alcançado, concluímos que é isso que torna o ato moral propriamente voluntário, ou seja, um ato de vontade que decide pela busca do fim proposto.
Nesse sentido, é importante não confundir desejo e vontade. O desejo surge em nós com toda a sua força e exige a realização; é algo que se impõe e, portanto, não resulta de escolha. "

Já a vontade consiste no poder de parada que exercemos diante do desejo.
Seguir o impulso do desejo sempre que ele se manifesta é a negação da moral e da possibilidade de qualquer vida em sociedade.
Aliás, não é essa a aprendizagem da criança, que, a partir da tirania do desejo, deve chegar
ao controle do desejo? Observe que não estamos dizendo repressão do desejo, pois a repressão é uma força externa que coage, enquanto o controle supõe a autonomia do sujeito que escolhe entre os seus desejos, os prioriza e diz: "Este fica para depois"; "Aquele não devo realizar nunca"; "Este realizo agora com muito gosto"...

Consciência Moral.
"A consciência moral, como juiz interno, avalia a situação, consulta as normas estabelecidas, as interioríza como suas ou não, toma decisões e julga seus próprios atos. O compromisso humano que daí deriva é a obediência à decísao...."


Heteronomia e Autonomia
"A palavra heteronomia (hetero. "diferente", e nomos, "lei") significa a aceitação da norma que não é nossa, que vem de fora, quando nos submetemos aos valores da tradição e obedecemos passivamente aos costumes por conformismo ou por temor à reprovação da sociedade ou dos deuses."

É característica do mundo infantil viver na heteronomia.
 A autonomia (auto, "próprio") não nega a influência externa e os determinismos, mas recoloca no homem a capacidade de refletir sobre as limitações que lhe são impostas, a partir das quais orienta a sua ação para superar os condicionamentos. Portanto, q uando decide pelo dever de cumprir uma norma, o centro da decisão é ele mesmo, a sua própria consciência moral. Autonomia é auto-determinação."

FILOSOFANDO. INTRODUÇÃO À FILOSOFIA. EDITORA MODERNA.MARIA LUCIA DE ARRUDA ARANHA. 2ª edição revista e atualizada


5- ESCOLHA X INFLUÊNCIAS
Sim, até porque o Livre Arbítrio é a capacidade de fazer escolhas contrárias a que fizemos:

"Minha formação, meu treinamento e meu ambiente não afetam o que faço? Sim, afetam, mas não me forçam a pecar. Afetam minhas ações, mas não a efetuam (i.e., causam). Influenciam, mas não controlam minhas ações. 

Em primeiro lugar, há uma diferença entre características físicas herdadas (como olhos castanhos), sobre as quais não tenho controle, e tendências espirituais herdadas (como a luxúria), sobre as quais devo ter controle. Não podemos evitar o tamanho básico, a cor, os talentos ou o grupo étnico do qual viemos. Mas temos escolha com respeito a seguir impulsos espirituais que podemos ter herdado, como impaci­ência, ira, orgulho ou impureza sexual. Nenhuma dessas tendências desculpa nossas ações más que procedem delas, como a violência física, assassínio ou perversão sexual. Podemos sentir o impulso de dar um tapa em alguém que nos diz alguma coisa repugnante a nosso respeito, mas podemos escolher não agir sob esse impulso. Moralmente falando, “impulsos irresistíveis” 29 são impulsos que não foram resistidosEleitos mas Livres, p. 30


Livre arbítrio inclui escolhas morais como amorais:
" Em segundo lugar, há uma diferença entre escolhas morais e escolhas amorais (não-morais). Nossas preferências por cores não se relacionam com moral e são, em grande parte, determinadas.  [escolha amoral]
Mas escolher ser racista com base na cor da pele de uma pessoa é um problema moral, não um ato que não podemos evitar. Finalmente, aqueles que afirmam que todas as ações possuem uma razão e que essa razão determina o que fazemos, freqüentemente falham em distinguir devidamente um propósito de uma causa. 

propósito é por que eu ajo. A causa é o que produz o ato. O propósito é causa final (aquela para a qual agimos), mas a causa é causa eficiente (aquela pela qual agimos). Nem um alvo ou meta de um ato produz um ato humano livre. Ele é simplesmente o propósito para o qual escolhemos agir. Se escolhermos trapacear ou roubar, fazemos isso livremente, embora a ganância possa ter sido o propósito para fazer isso. As ações morais surgem de nossas escolhas, não importam quais tenham sido os propósitos para elas."Eleitos mas Livresp. 30


O homem sempre escolhe o que deseja, ou o que decide?

Sproul, teólogo calvinista de renome assim expressa o pensamento calvinista:
"Nós sempre escolhemos de acordo com nossa mais forte inclinação no momento... p. 42

"Em qualquer dos casos é feita uma escolha. e é feita de acordo com a mais forte inclinação do momento"...

Dizer que sempre escolhemos de acordo com nossa inclinação mais forte do momento é dizer que sempre escolhemos o que queremos. Em cada ponto de escolha somos livres e autodeterminados"p. 44

A vontade é uma capacidade natural dada a nós por Deus. Temos todas as faculdades naturais necessárias para fazer escolhas. Temos uma mente e temos uma escolha. temos a capacidade natural de escolher o que desejamos...De acordo com a bíblia, a localização do nosso problema é clara. È com a natureza dos nossos desejos. Este é o ponto focal de nossa queda. A Escritura diz que o coração do  homem decaído abriga continuamente desejos que são somente maus Gn 6.5. p. 45

"Afirmamos que embora ele seja decaído, ainda  pode fazer escolhas. Seu problema, que definimos como incapacidade moral, é que lhe falta o desejo por Cristo. Ele não tem inclinação nem disposição para Cristo"(Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002, p. 56)
Resposta:
O desejo ou a inclinação nem sempre é a causa de nossas escolhas. 
Posso escolher não comer ainda que esteja com muita fome. Ou seja, ainda que esteja muito inclinado a ter fome, e nada inclinado a não ter fome, ainda assim decido não comer.
Assim, podemos tomar decisões contrárias aos nossos desejos.

"Jonathan Edwards “resolveu” o problema da predestinação e do livre-arbítrio afirmando que: 
1) Livre-arbítrio é fazer o que desejamos; 
2) mas Deus nos dá o desejo de fazer o bem. E que dizer do desejo para o mal? Isso vem de nossa natureza caída, que deseja somente o mal. À parte de Deus dando-nos o desejo de fazer o bem, naturalmente desejamos fazer o mal.8 

Contudo, os fiéis seguidores de Edwards admitem que essa solu­ção não resolve o problema sobre onde Lúcifer e Adão obtiveram o desejo para seu primeiro pecado. 

R. C. Sproul chama isso “problema torturante”, acrescentando: “Uma coisa é absolutamente impensável, que Deus possa ser o autor ou executor do pecado”.9 
Todavia, esse problema é “torturante” somente porque Sproul crê na lei da não contradição,10 e parece ser uma contradição sustentar todas estas premissas, da maneira em que ele o faz: 

1) Deus não pode dar a ninguém o desejo de pecar.
 2) Originariamente, nem Lúcifer nem Adão tinham natureza pecaminosa. 
3) A vontade não se move a menos que seja dado um desejo por Deus ou por sua natureza. 

a premissa 3 deve ser falsa, visto que é contraditória às outras premissas que ele crê serem absolutamente verdadeiras, porque é certo que Lúcifer não tinha natureza má, nem Deus lhe deu o desejo de pecar."  Eleitos mas Livres p. 25-26


6- O QUE É DEPRAVAÇÃO TOTAL?

Total depravação é um termo ambíguo. O conceito de total depravação é geralmente confundido com a idéia de depravação completa. Na teologia reformada, total depravação refere-se à idéia de que nossa humanidade integral caiu. Isto é, não há parte em mim que não tenha sido afetada pela queda
O pecado afeta minha vontade, meu coração, minha mente e meu corpo....Total depravação também destaca o fato de o pecado alcançar a essência de nosso ser. O pecado não é uma coisa superficial, uma leve mancha que desmerece um espécime que, fora isso, seria perfeito.O pecado é radical no sentido em que toca a raiz (radix) de nossas vidas. ....
A total depravação não é a depravação completa. A depravação completa significaria que todos nós somos tão pecadores como é possível ser. Sabemos que esse não é o caso. Não importa quanto cada um de nós pecou, somos capazes de pensar em pecados piores que poderíamos ter cometido. Mesmo Adolf Hitler refreou-se de matar sua mãe." Eleitos de Deus. R.C. Sproul


"Os calvinistas extremados crêem que uma pessoa totalmente depravada está espiritualmente morta. Por “morte espiritual” entendem a eliminação de toda capacidade humana para entender ou responder
a Deus, não apenas a separação de Deus. Além disso, os efeitos do pecado são intensivos (destruindo a capacidade de receber a salvação), e não extensivos (corrompendo a capacidade de receber a salvação).
Enquanto muitos calvinistas extremados negam as implicações, o gráfico ilustra as diferenças:

Total Depravação

Arminiano/ Calvinista moderado* -AZUL                  Calvinista extremado -VERMELHO 

*Corrupção do bem                                                          Destruição do bem
*Efeitos extensivos do pecado                                           Efeitos intensivos do pecado
*Nascido com propensão para pecar                                  Nascido com necessidade* de pecar
*Vontade humana diminuída                                             Vontade humana destruída


Os calvinistas extremados admitem que o ser humano caído tem vida biológica, mas negam que seja vivo em qualquer sentido de poder responder a Deus. Sua natureza é tão totalmente corrupta que o pecado é uma necessidade inevitável.2
2 Muitos calvinistas extremados usam termos como “propensão”, “inclinação” e “pendor” para o pecado, mas realmente querem dizer “necessidade”.

Isso está claro na seguinte citação de Jonathan Edwards: “Que a propensão é verdadeiramente considerada pertencente à natureza de qualquer ser, ou de ser inerente nele, é a conseqüência necessária de sua natureza” (Works, in: The Works of Jonathan Edwards, v. 1, p. 145, grifo do autor)."Eleitos mas Livres, p. 65

7-TIPOS DE LIVRE ARBÍTRIO/AGENCIA EXISTEM?
O homem não regenerado é capaz de não pecar?
O calvinismo anula a responsabilidade humana?

A tabela abaixo mostra que a maioria dos Calvinistas e Arminianos pensam igual a respeito do pecado:


Homem
Antes da queda
Homem
Depois da queda
Homem
Renascido
Homem
glorificado
1-Capaz de pecar
1-Capaz de pecar
1-Capaz de pecar
1-Incapaz de pecar

2-Capaz de
Não pecar
2-Incapaz de
 nunca pecar
(Mas capaz de refrear de cometer certos pecados)

2-Incapaz de nunca pecar

2-Incapaz de pecar
3-Sem tendência
pecaminosa
3-Com tendência
pecaminosa
3-Com tendência pecaminosa
3-Sem tendência pecaminosa
4-Livre de pecado por escolha
4-Servo do pecado
4-Não mais servo do pecado
4-Eternamente Livre
de pecado*
TABELA CALVINISTA/ARMINIANA  EM RELAÇÃO AO PECADO
 (adaptada do Livro Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002)


Tabela do livro calvinista "Eleitos de Deus, 2002"
Esta tabela apresenta o termo "capaz de não pecar" o que poderia dar a entender que o homem renascido poderia viver uma vida sem pecado pelo resto da vida. Mas esta não foi a intenção do autor.



Sproul diz:
"O quadro mostra que o homem antes da queda, depois da queda e depois de renascer é capaz de pecar. Antes da queda ele é capaz de não pecar. Essa capacidade, a capacidade de não pecar, é perdida na queda. É restaurada quando a pessoa nasce de novo, e continua no céu. Na criação, o homem não sofreu de incapacidade moral. A incapacidade moral é um resultado da queda. Colocando de outra maneira, antes da queda o homem era capaz de refrear-se de pecar; depois da queda, não é mais capaz de refrear-se de pecar. É isso que chamamos de pecado original. Esta incapacidade moral ou servidão moral é vencida através do renascimento espiritual. O renascimento libera-nos do pecado original. Antes do renascimento ainda temos um livre-arbítrio, mas não temos esta liberação do poder do pecado, que é o que Agostinho chamou de "liberdade". 
A pessoa que é renascida ainda pode pecar. A capacidade de pecar não é removida até que sejamos glorificados no céu. Temos a capacidade de pecar, mas não estamos mais sob a servidão do pecado original. Fomos libertados. Isto, é claro, não quer dizer que agora vivemos vidas perfeitas. Ainda pecamos. Mas não podemos dizer que não pecamos porque isso é tudo que nossa natureza decaída tem poder para fazer.  (Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002, p. 49
 "Em nosso estado glorificado, Deus vai nos tornar incapazes de pecar. Mesmo assim santos glorificados são ainda livres" Eleitos de Deus. São Paulo:Cultura Cristã, 2002, p. 130
Apesar de Sproul ter escrito que o homem decaído perdeu a capacidade de não pecar, ele não quis dizer que o homem caído sempre cede a qualquer tentação, como ele deixou claro abaixo:
A total depravação não é a depravação completa. A depravação completa significaria que todos nós somos tão pecadores como é possível ser. Sabemos que esse não é o caso. Não importa quanto cada um de nós pecou, somos capazes de pensar em pecados piores que poderíamos ter cometido. Mesmo Adolf Hitler refreou-se de matar sua mãe." Eleitos de Deus. R.C. Sproul





8- O PECADO É UMA NECESSIDADE OU UMA PROPENSÃO Alguns Calvinistas ( como Jonathan Edwards)  pensam que o pecado é uma necessidade:
"Os calvinistas extremados, seguindo Jonathan Edwards, objetam dizendo que a vontade necessariamente segue a natureza.13 Esse argumento básico afirma que o que é bom por natureza não pode desejar o mal e o que é mau por natureza não pode desejar o bem. 
A menos que Deus conceda aos homens o desejo de querer o bem, eles não podem querer o bem, assim como pessoas mortas não podem ressuscitar a si mesmas e voltar à vida. 


Em resposta....somos nascidos com a propensão, mas não com a necessidade de pecar.14 Ela torna o pecado inevitável, antes de fazê-lo evitável. 

Isso significa que é inevitável que desejemos pecar, mas não é inevitável que devamos pecar. Embora sejamos depravados e, por natureza, pendentes para o pecado, cada pecado é livremente escolhido. Além disso, há diversos problemas sérios com essa posição. 

Primeiramente, ela é autocontraditória, porque sustenta duas premissas logicamente opostas: 
1) o que é bom por natureza não pode desejar o mal (visto que a vontade segue a natureza); 

2) Lúcifer e Adão, que eram bons por natureza, desejaram o mal." p. 31

Em segundo lugar, remove logicamente toda a responsabilidade pelas ações más das criaturas más (as não-regeneradas), visto que não têm nenhuma escolha real com respeito ao mal que praticam. Elas não podem evitar, mas fazem o que naturalmente lhes vem. 

Em terceiro lugar, confunde desejo com decisão.
 O fato de os homens naturalmente desejarem pecar não significa que devam decidir pecar. Tanto a Escritura quanto a experiência nos informam de que há uma diferença entre as duas coisas. 
Paulo escreve: “Não entendo o que faço. Pois não faço o que desejo, mas o que odeio” (Rm 7.15).15 A experiência pessoal revela que, às vezes, agimos contrariamente aos nossos desejos mais fortes, tais como o de retaliar ou o de fugir à responsabilidade.16 

Em quarto lugar, essa idéia é uma forma de determinismo. Ela crê que nossas ações morais são determinadas (causadas) por outra pessoa, antes que autodeterminadas (causadas) por nós mesmos. 

Em quinto lugar, se o que é mau não pode desejar o bem e se o que é bom não pode desejar o mal, então por que os cristãos, a quem foi dada uma boa natureza, ainda escolhem pecar? Muitos calvinistas extremados tentam evitar essa acusação redefinindo o determinismo. 

Sproul faz isso sugerindo que “determinismo significa 31 que somos forçados ou coagidos a fazer coisas por forças externas”.17 Isso é falácia, com um pretexto especial. Esse raciocínio admite que há uma determinação interna, mas não admite que seja chamada “determinismo”, porque não houve nenhuma determinação externa. Todavia, uma rosa, por mais que possa ter outro nome, é uma rosa. A questão fundamental é que eles crêem que forças irresistíveis foram aplicadas em criaturas livres, a fim de que pudessem fazer o que Deus queria que fizessem. Com a exceção do Agostinho posterior (v. ap. 3), nenhum teólogo importante da patrística até a Reforma sustentou essa idéia 

 A verdade desagradável é que, mesmo tendo herdado a natureza pecaminosa (Ef 2.3), não tenho ninguém a quem culpar, senão a mim mesmo por causa de minhas ações morais. Isso está claro por muitas razões.18 A responsabilidade e a capacidade de responder Calvinistas extremados e moderados (e arminianos) concordam em que Deus considera as criaturas moralmente responsáveis por suas escolhas. De fato, a Bíblia é cheia de referências dando apoio a essa conclusão. Isso é verdade quanto a Lúcifer (lTm 3.6), aos outros anjos que caíram (Jd 6 e 7), a Adão e Eva (lTm 2.14) e a todos os seres humanos desde a Queda (Rm 3.19). 

Contudo, o raciocínio sadio requer que não haja responsabilidade alguma onde não há capacidade de corresponder. Não é racional sustentar que alguém seja responsável quando não tem a capacidade de corresponder. Deus não é irracional. O fato de ele ser onisciente significa que Deus é o Ser mais racional do universo. Por isso, a razão também exige que todas as criaturas morais sejam moralmente livres, isto é, que tenham a capacidade de responder de um modo ou de outro.19 Qualquer que seja o mal que tenhamos feito, pelo qual somos responsáveis, poderíamos ter agido de forma contrária à que agimos. 32 Quando fizemos o mal, poderíamos não tê-lo feito. Isso é o que se entende por ação “autocausada”. E uma ação que não foi causada por outra pessoa, mas pela própria pessoa. E uma ação que alguém poderia ter evitado. Eleitos mas Livres, P. 31-33

Qual a causa do pecado do diabo??  Deus ou o próprio diabo?
O pecado de Satanás como de Adão e Eva foi causado por eles mesmo, por uma autodeterminação:

"...os calvinistas extremados objetam que uma ação autocausada é contradição de termos. ...
Uma causa é sempre anterior ao seu efeito (na existência ou mesmo no tempo). Mas não podemos ser anteriores a nós mesmos. Assim, parece seguir-se que uma ação autocausada é impossível, sendo racionalmente absurda
Um ser autocausado é impossível pela razão que eles dão, mas isso não é verdade quanto à ação autocausada. 
É verdade que não podemos existir antes de vir a existir ou de ser antes de vir a ser. 
Mas podemos e devemos ser antes de poder fazer. 
Isso quer dizer que devemos existir antes de poder agir. 
Portanto, as ações autocausadas não são impossíveis. Se fossem, então Deus, que nao pode fazer o que é impossível (v. tb. Hb 6.18), não teria sido capaz de criar o mundo, porque não havia ninguém ou nada mais para causar a existência do mundo antes de o mundo existir, exceto o próprio Deus.

 Se o ato da criação não foi autocausado por Deus, não poderia ter acontecido, visto que Deus, a Causa não-causada, é o único que poderia ter realizado aquela ação. De igual modo, se as ações autocausadas não são possíveis, entao não há nenhuma explicação para o pecado de Lúcifer. p. 28

Visto que Lúcifer foi o primeiro a pecar, a sua ação deve ter sido autocausada, ou ele nunca teria sido capaz de pecar. 28 Segue-se que as ações autocausadas são possíveis. Mesmo calvinistas moderados como W. G. T. Shedd admitem isso. Disse ele: “Um ato positivo da autodeterminação angélica é necessário. [...] Nada além da espontaneidade da vontade pode produzir o pecado; e Deus não opera na vontade para causar espontaneidade ao pecado” (Dogmatic Theology, v. 1, p. 420), 

Talvez a razão para que as ações autocausadas não sejam possíveis para alguns esteja no próprio termo “autocausado”. Isso pode ser mais bem entendido se falarmos de nossas ações como “causadas por mim mesmo” (em oposição a “causadas por outro”). Ações não causam a si mesmas, mas alguém pode causar uma ação. Falar dessa maneira eliminaria a ambigüidade que dá surgimento à idéia falsa de que uma ação autocausada é impossível. Eleitos mas Livres, p. 28-29

Dever implica poder 

"As açoes morais más não somente poderiam, mas deveriam ter sido diferentes. Há concordância entre os calvinistas extremados e seus oponentes em que dever moral é algo que devemos fazer. 

As leis morais são prescritivas, não meramente descritivas. Elas prescrevem ações que devemos (ou não devemos) fazer. 

Todavia, aqui também a lógica parece insistir em que tais obriga­ções morais impliquem que temos escolhas morais livres que são .Autodeterminantes. Porque devemos implica que podemos. Isto é, o que devemos fazer sugere que podemos fazer. De outra forma, temos de presumir que o Legislador moral está prescrevendo o irracional, ordenando que façamos o que é obviamente impossível de ser feito. A boa razão parece insistir em que, se Deus exige que façamos, então temos capacidade de fazer. A obrigação moral implica liberdade moral.

A objeção levantada contra essa conclusão pelo calvinista extremado pede um comentário. Ele insiste em que Deus freqüentemente nos ordena fazer o que é impossível e, todavia, nos considera
responsáveis por fazer o que ele ordena.20 Por exemplo, Deus ordenou: “Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês” (Mt 5.48). Todavia, todos nós somos tristemente conscientes
de que, por causa de nossa natureza caída, isso é impossível. O fato de que recebemos ordem para nunca pecar, mas, como seres depravados, não podemos evitá-lo, porque somos pecadores “por natureza”
(Ef 2.3).Eleitos mas Livres, p. 33
 Esta ordem específica , de ser perfeito, claramente só pode ser cumprida com a graça regeradora que opera em nós o querer e o efetuar e não a grande esmagadora maioria dos mandamentos

Recompensa e punição

Outra evidência de que temos livre-escolha moralmente autodeterminante é que a Bíblia e a sabedoria moral comum nos informam de que louvor e acusação não fazem qualquer sentido a menos que os
louvados e os acusados sejam livres para agir de forma contrária. Por que elogiar madre Teresa e difamar Hitler, se eles não puderam evitar fazer o que fizeram? Por que culpar Adolf Eichmann e louvar Martin
Luther King, se eles não tiveram escolha? Todavia, eles tiveram, e nós temos. A Bíblia diz claramente que Deus “retribuirá a cada um conforme o seu procedimento” (Rm 2.6).Eleitos mas Livres, p. 34


9- LIVRE ARBÍTRIO/AGENCIA EM PESSOAS NÃO REGENERADAS
Mesmo após Adão ter pecado e se tornado espiritualmente “morto” 23 (Gn 2.17; cf. Ef 2.1) e pecador “por natureza” (Ef 2.3), ele não era depravado completamente, a ponto de não poder ouvir a voz de
Deus ou de dar uma resposta livre. Porque :
“o Senhor Deus chamou o homem, perguntando: ‘Onde está você?’ E ele respondeu: ‘Ouvi teus passos no jardim e fiquei com medo, porque estava nu; por isso me escondi’” (Gn 3.9,10). 

A imagem de Deus em Adão foi manchada pela Queda, mas não apagada. Foi desfigurada, mas
não destruída. Em outras palavras, a imagem de Deus (que inclui o livre-arbítrio) ainda está nos seres humanos após a Queda. Essa é a razão de o assassínio (Gn 9.6) e mesmo a maldição (Tg 3.9) de outras
pessoas serem considerados pecados: “Porque à imagem de Deus foi o homem criado” (Gn 9.6).

A ignorância é “deliberada” (2Pe 3.5).
2 Pe 3:3 ¶ tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões
4  e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.
5  Porque, deliberadamente, esquecem que, de longo tempo, houve céus bem como terra, a qual surgiu da água e através da água pela palavra de Deus,

Os homens são indesculpáveis porque claramente trocam a verdade pela injustiça 
Rm 1:18  A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça;
19 ¶ porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.
20  Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis;
21  porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.
22  Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos

23  e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis.

Deus espera que todas as pessoas se arrependam:
“ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento’ (2Pe 3.9)

Samaritana declarou que poderia crer:
(Jo 6.69); “Quem é ele, Senhor, para que eu nele creia (Jo 9.36); 

As pessoas podem recusar a crer apesar de Deus desejar o contrário
“Jerusalém, Jerusalém! [...] Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram ’ (Mt 23.37). 

Isaías 65:12  também vos destinarei à espada, e todos vos encurvareis à matança; porquanto chamei, e não respondestes, falei, e não atendestes; mas fizestes o que é mau perante mim e escolhestes aquilo em que eu não tinha prazer.

Isaías 66:3  O que imola um boi é como o que comete homicídio; o que sacrifica um cordeiro, como o que quebra o pescoço a um cão; o que oferece uma oblação, como o que oferece sangue de porco; o que queima incenso, como o que bendiz a um ídolo. Como estes escolheram os seus próprios caminhos, e a sua alma se deleita nas suas abominações,


Deus exorta o povo a fazer uma escolha boa:
Dt 30:19  Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência,
20  amando o SENHOR, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade; para que habites na terra que o SENHOR, sob juramento, prometeu dar a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.


Josué disse par ao povo escolher:
Js 24:15 ¶ Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR.

Josué 24:22  Josué disse ao povo: Sois testemunhas contra vós mesmos de que escolheste o SENHOR para o servir. E disseram: Nós o somos

Aquisição da consciência moral por parte da criança:

Isaías 7:15  Ele comerá manteiga e mel quando souber desprezar o mal e escolher o bem.

Isaías 7:16  Na verdade, antes que este menino saiba desprezar o mal e escolher o bem, será desamparada a terra ante cujos dois reis tu tremes de medo.



Livre arbítrio para fazer escolhas quotidianas
A própria cegueira espiritual é resultado da escolha de não crer.
 Porque“o deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho” (2Co 4.4).

A escolha de um conjuge “Se o seu marido morrer, [a mulher] estará livre para se casar com quem quiser, contanto que ele pertença ao Senhor”
(ICo 7.39).

A opção de casar-se
1Co 7:37  Todavia, o que está firme em seu coração, não tendo necessidade, mas domínio sobre o seu próprio arbítrio, e isto bem firmado no seu ânimo, para conservar virgem a sua filha, bem fará


A decisão de fazer doações
2 Co 8:3  Porque eles, testemunho eu, na medida de suas posses e mesmo acima delas, se mostraram voluntários,
4  pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos.

2 Co 9:7  Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria.

Fm 1:14  nada, porém, quis fazer sem o teu consentimento, para que a tua bondade não venha a ser como que por obrigação, mas de livre vontade

Pastorear

1Pe 5:2  pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade;

.
10- A PESSOA CRÊ SEM AÇÃO DA GRAÇA DIVINA?
"Enquanto todos os atos verdadeiramente livres são autodeterminados e poderiam ter sido diferentes, é também verdadeiro que por nenhum ato livre o ser humano pode mover-se em direção a Deus ou fazer qualquer bem espiritual sem a ajuda de sua graça. Isso está evidente nos seguintes textos da Escritura:
Quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos contribuir tão generosamente como fizemos?
Tudo vem de ti, e nós apenas te demos o que vem das tuas mãos (lCr 29.14).

Ninguém pode vir a mim, se o Pai, que me enviou, não o atrair; e eu o ressuscitarei no último dia (Jo 6.44).

Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma (Jo 15.5).

Pai santo, protege-os em teu nome, o nome que me deste, para que sejam um, assim como somos um (Jo 17.11).

Pela graça de Deus, sou o que sou, e sua graça para comigo não foi inútil; antes, trabalhei mais do que todos eles; contudo, não eu, mas a graça de Deus comigo (lCo 15.10).

Não que possamos reivindicar qualquer coisa com base em nossos próprios méritos, mas a nossa capacidade vem de Deus (2Co 3.5).

Ele me disse: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Portanto, eu me gloriarei ainda mais alegremente em minhas fraquezas, para que o poder de Cristo repouse em mim (2Co 12.9).

Ponham em ação a salvação de vocês com temor e tremor, pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele (Fp 2.12,13).

Tudo posso naquele que me fortalece (Fp 4.13).


W. G. T. Shedd, apresentado previamente como calvinista moderado, apresenta o assunto do seguinte modo:
Se um pecador voluntariamente rejeita a misericórdia oferecida por Deus, ele é culpável por fazer assim, e é, portanto, passível de acusação de culpabilidade e responsável diante do tribunal por
causa disso. [...] O ser humano é responsável pelo pecado porque é tanto autor quanto praticante dele; mas não é responsável por santidade, porque é somente praticante, mas não autor dela. [...]
O pecador é livre para aceitar ou rejeitar os convites do evangelho. Se os aceita, o faz livremente, debaixo da atuação do Espírito Santo. Se rejeita, o faz livremente, sem essa atuação e unicamente por
autodeterminação (Dogmatic Theology, v. 3, p. 298-9)."Eleitos mas Livres, p.40- 41

"~W. G. T. Shedd resume o assunto de maneira direta:
Embora impelida pelo Espírito Santo, a vontade santa é, não obstante, uma faculdade automotora e não é compelida. A inclinação santa é o direito de automovimento por causa da atuação divina, ou “a obra de Deus na vontade para que ela queira”. A inclinação pecaminosa é o automovimento errado da vontade sem a atuação divina. Mas o movimento em ambos os casos é o da mente, não o da matéria; espiritual, não mecânico; livre, não forçado"
(Dogmatic Theology, v. 3, p. 300).Eleitos mas Livres, p. 38




Para aprofundar no assunto acesse: http://averacidadedafecrista.blogspot.com/2017/10/graca-preveniente-x-graca-irresistivel.html

11-Refutação dos versículos usados pelo Calvinismo Extremado:
O que significa morto?

Efésios 2.1 “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados”
(ARA; v. tb. Cl 2.13). 
Os calvinistas extremados observam que “homens mortos não podem fazer com que eles mesmos venham a viver”.Eleitos de Deus, p. 84
Eles precisam é de vida, pois um morto não pode dar vida a si mesmo.Pessoas mortas não podem nem mesmo crer que outra pessoa pode fazê-las viver novamente.
Resposta
 Primeiramente, morte “espiritual” na Bíblia é uma expressão forte, significando que seres caídos estão totalmente separados de Deus, mas não completamente anulados por ele. 
Como disse Isaías: “As suas maldades separam vocês do seu Deus” (Is 59.2).
 Em resumo, a morte não significa a destruição total da capacidade de ouvir e de responder a Deus, mas uma separação completa de Deus.

Em segundo lugar, mesmo estando espiritualmente “mortos”, os não-salvos podem perceber a verdade de Deus. Em Romanos, Paulo declara enfaticamente que a verdade de Deus é “vista claramente” e
“compreendida” por elas, de forma que são “indesculpáveis” (Rm 1.20).

Adão e Eva ficaram espiritualmente “mortos” após ter comido do fruto proibido. Todavia, ainda puderam ouvir a voz de Deus e responder a ele
(Gn 3.10). E isso não significava apenas ouvir sons tangíveis. A reação deles revela que entenderam o significado das palavras.

Em terceiro lugar, a palavra “mortos” é somente uma das muitas figuras de linguagem usadas para descrever o estado caído do ser humano.
Esse estado é também descrito como “doença”, que não implica falta de capacidade para ouvir ou responder a Deus (Mt 9.12). 
Em resumo, a depravaçao envolve a corrupção da vida, mas não a destruição.
A imagem de Deus nos seres caídos está desfigurada, mas não apagada. Até mesmo os não-salvos são tidos como portadores da imagem de Deus (Gn 9.6). 
A imagem de Deus está desfigurada, mas não erradicada pelo pecado (v. Tg 3.9).

Em quarto lugar, se a expressão “mortos” diz respeito a uma espécie de aniquilação espiritual, antes que a uma separação, então a “segunda morte” (Ap 20.14) seria uma aniquilação eterna também — doutrina
rejeitada pelos calvinistas extremados. Uma pessoa espiritualmente morta,  então, tem necessidade da vida espiritual que vem de Deus. Mas ela existe e pode conhecer e escolher. 

As faculdades que compõem a imagem de Deus não estão ausentes apenas são incapazes de iniciar e alcançar a própria salvação. Como alguém se afogando, uma pessoa caída pode alcançar e aceitar a corda de salvamento que lhe é lançada, embora não possa chegar a um lugar seguro por si própria.
Finalmente, na passagem paralela (Cl 2.12,13) 
Paulo fala dos que “estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne” como
pessoas capazes de crer, pois fala deles como “ressuscitados [com Cristo] mediante a fé no poder de Deus”.


João 1.12,13
“Aos que o receberam [a Cristo], aos que creram em seu nome, deu lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da carne nem pela vontade de
algum homem, mas nasceram de Deus.”

Conforme a interpretação que o calvinista extremado faz dessa passagem, o novo nascimento não resulta
da decisão humana ou da livre-escolha — mas de Deus.
Resposta
Há pelo menos dois erros sérios nessa interpretação.
 Primeiro, o versículo 12 torna claro que o meio pelo qual esse novo nascimento é obtido é “receber
[a Cristo]”. Isso envolve um ato livre da vontade. 

O segundo é que essa passagem está simplesmente negando que haja outra fonte de novo nascimento
que não seja o próprio Deus. Ele não vem “de” (gr.: ek) fontes humanas, como pais, marido ou nós mesmos. 
Ninguém pode salvar-nos, apenas Deus. Deus é a fonte pela qual o novo nascimento é dado (v. 13), mas livre-arbítrio é o meio pelo qual ele é “recebido” (v. 12). É pela graça, mas “por meio da” (gr.: diá) fé, que somos salvos (Ef 2.8).


Romanos 9.16
“Isso não depende do desejo ou do e forço humano, mas da misericórdia de Deus.” Para calvinistas extremados, essa parece ser uma evidência inconfundível de que a salvação não depende da vontade do homem. R. C.Sproul mostra-se incautamente triunfante a respeito desse versículo,
dizendo: “Esse versículo é absolutamente fatal para o arminianismo”.4
Resposta
Novamente, a palavra grega para “de” aqui é ek, que significa “de dentro de”. É uma referência à fonte da salvação, não ao meio pelo qual a recebemos — isso significa que recebê-la é um ato livre de nossa
vontade (Jo 1.12; Ef 2.8 etc.). Todas as formas de calvinismo e arminianismo crêem que Deus foi quem iniciou a salvação, mesmo antes de o mundo começar (Ef 1.4). Somente Deus pode ser a fonte
da “misericórdia” salvadora de Deus. Contudo, como a Bíblia indica em Romanos 9.22 e em outros lugares, podemos rejeitar a misericórdia de Deus (2Pe 3.9; At 7.51).


João 3.3,6,7
“Jesus declarou: ‘Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo. [...] O que nasce da carne é carne, mas o que nasce do Espírito é espírito. Não se surpreenda pelo fato de eu
ter dito: E necessário que vocês nasçam de novo”\
Várias outras passagens asseveram que o ser humano é totalmente depravado, de modo que tem de nascer de novo espiritualmente (v. lPe 1.3,23; ljo 5.4).
Para os calvinistas extremados, a regeneração é a condição da fé, não o inverso. R. C. Sproul afirma que “o ponto cardeal da teologia reformada é a máxima: ‘A regeneração precede a fé’”. E acrescenta: “Não cremos a fim de nascermos de novo; somos nascidos a fim de que possamos crer”5 (v. ap. 10).
Resposta
Não há discordância alguma em que o ser humano depravado precise ser nascido de novo, que receba um “eu” novo (Cl 3.10) e que seja tornado “nova criação” (2Co 5.17). A disputa é se isso vem por um
ato de Deus à parte da livre-escolha do recebedor. 

Sobre esse ponto, o texto aqui, como em outros lugares, indica que esse novo nascimento vem por meio de um ato de fé da parte do recebedor. Conforme essa passagem, é “todo o que nele crer ” que obtém vida eterna (Jo 3.16).
K, em ljoão 5.4, “o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a
vitória que vence o mundo: a nossa, fé ”. 
Embora preparado — não coagido — pela graça, o ato de fé é um ato do pecador, não um dom de Deus somente para os eleitos .
[Ef 1:13 diz que depois de crermos é que somos selados com a presença regeneradora do Espírito Santo
13  em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa;]

João 6.65
Jesus “prosseguiu: ‘E por isso que eu lhes disse que ninguém pode
vir a mim, a não ser que isto lhe seja dado pelo Pai’” .
Sproul comenta:
“A passagem ensina pelo menos isto: não está dentro da capacidade natural do ser humano caído vir a Cristo por si próprio, sem algum tipo de assistência divina”.Eleitos de Deus, p. 50
Resposta
Os calvinistas moderados e os arminianos concordam com isso.
( Como o próprio Sproul admite, a questão real é: “Será que Deus deu a capacidade de vir a Jesus a todas as pessoas?”. 7A resposta é que não há nada aqui ou em outro lugar que diga que Deus limita seu desejo de proporcionar capacidade para alguns crerem. Para ser mais explícito, a Bíblia é clara em que ele é paciente, “não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao   arrependimento” (2Pe 3.9), e que ele “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (lTm 2.4; v. tb. Ez 18.32).


1 Co 2.14
“Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente.”
Esse texto é usado pelos calvinistas extremados para apoiar a idéia de que os não-regenerados não podem entender o evangelho ou as verdades espirituais da Escritura.

Resposta:
Essa interpretação, contudo, falha ao observar que o verbo “aceitar” (gr.: dekomaí) significa “dar as boas-vindas”. O texto simplesmente afirma que, apesar de perceber a verdade (Rm 1.20), ele não a
aceita. Não há nenhuma disposição de dar boas-vindas no coração às coisas que ele conhece em sua mente. Ele tem a verdade, mas a está detendo ou suprimindo (Rm 1.18). Não faz sentido algum dizer que o não-salvo não pode entender o evangelho antes de ser salvo. Ao contrário, o Novo Testamento inteiro indica que ela não pode ser salva a menos que entenda e creia no evangelho.

A depravação total deve ser entendida de maneira extensiva antes de ser vista como intensiva, a saber, que o pecado se estende à totalidade da pessoa, “o espírito, a alma e o corpo” (lTs 5.23), não apenas a uma parte dela. 
Contudo, se a depravação destruiu a capacidade do ser humano de distinguir o bem do mal e de escolher o bem antes que o mal, então teria destruído a capacidade do ser humano de pecar. 
Se a depravação total fosse verdadeira no sentido intensivo (leia-se:
calvinista extremado), seria a destruição da capacidade do ser humano de se tornar depravado. Pois um ser sem faculdades morais e sem capacidades morais não é, de forma alguma, um ser moral. Em vez disso, é amoral, e nenhuma postura moral pode ser esperada dele.
Mas isso não é o que a Escritura ensina. Em uma passagem paralela, Paulo fala dos incrédulos como sendo “obscurecidos no entendimento e separados da vida de Deus por causa da ignorância em que
estão, devido ao endurecimento do seu coração”. Isso implica um ato livre e deliberado pelo qual perderam “toda a sensibilidade” (Ef 4.18,19). Em outras palavras, sua condição de caídos e a conseqüente perda da sensibilidade não são somente o resultado de serem nascidos
daquele modo, mas também porque escolheram ser daquele modo. Eleitos mas livresp. 69

Tito 1.15
Os calvinistas extremados também citam Paulo, dizendo: “Para os puros, todas as coisas são puras; mas para os impuros e descrentes,nada é puro. De fato, tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas’.

Resposta
Contudo, Paulo torna claro que a condição depravada é também resultado da livre-escolha deles. No versículo imediato, ele diz que são “desobedientes” (Tt 1.16). O ser humano caído está em trevas,
mas isso acontece porque ele ama as trevas, e não a luz (Jo 3.19). O amor é uma escolha. Assim, ele é condenado porque não crê (Jo 3.18), não o inverso.
Em última instância, as pessoas são condenadas por duas razões:
primeira, porque nascem com natureza pecaminosa, que as coloca a
caminho do inferno; segunda, porque escolhem não se preocupar com
os sinais de advertência junto ao caminho que trilham, dizendo a elas
para se arrepender (Lc 13.3; At 17.30). Isso significa que pecam inevitavelmente
(embora não necessariamente),8 porque nasceram com natureza
pecaminosa e se encontram numa condição pecaminosa na qual
estão atadas pelos pecados, porque escolheram estar nessa condição. No
próprio texto citado em apoio ao pensamento calvinista extremado, Paulo
declara que o ser humano caído é “descrente” (Tt 1.15). Eleitos mas livres. p. 70

João 8.44
“Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo dele.” Desse versículo, os calvinistas extremados concluem que o ser humano caído não pode evitar pecar porque é, por natureza, “filho do Diabo” (ljo 3.10), que “o aprisionou” (2Tm 2.26).
Resposta
E verdade que os incrédulos pertencem ao Diabo e que “o mundo todo está sob o poder do Maligno” (l Jo 5.19). Mas disso não se segue que não temos livre-escolha nesse assunto. Jesus disse: “Digo-lhes a verdade: Todo aquele que vive pecando é escravo do pecado” (Jo 8.34). Eleitos mas livres. p.71
Aliás, nesse texto citado para dar suporte ao pensamento calvinista extremado, observe que Jesus diz: “[...] Vocês querem realizar o desejo dele” (Jo 8.44). E por escolha própria que seguem o Diabo.

Ezequiel 36.26
“Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne.” Isso é usado como base para a idéia de que o ser humano é tão depravado que Deus lhe deu um novo coração antes mesmo que pudesse responder ou crer em Deus.

Resposta
A conclusão do calvinismo extremado nesse texto não é justa por diversas razões.

 Primeira, no contexto a passagem está falando profeticamente a respeito da “casa de Israel” retornando à “própria terra” nos últimos dias (v. 17). E, num texto similar, é dito claramente que a condição empedernida do coração deles foi resultado de livre-escolha. Ezequiel havia dito anteriormente: Livrem-se de todos os males que vocês cometeram, e busquem um coração novo e um espírito novo” (Ez 18.31). Em outra ocasião, Deus disse por meio de Jeremias: “ Voltaram as costas para mim e não o rosto; embora eu os tenha ensinado vez após vez, não quiseram ouvir-me nem aceitaram a correção. Profanaram o templo que leva o meu nome, colocando nele as imagens de seus ídolos” (Jr 32.33,34). Mas quando se voltaram para Deus, ele disse: “Farei com que me temam de coração, para que jamais se desviem de mim” (Jr 32.40).

Em segundo lugar, como muitas outras passagens indicam, o retorno de Israel depende do arrependimento. Moisés escreveu: “Quando todas essas bênçãos e maldições que coloquei diante de vocês lhes sobrevierem, e elas os atingirem onde quer que o Senhor, o seu Deus, os dispersar entre as nações, e quando vocês e os seus filhos voltarem para o Senhor, o seu Deus, e lhe obedecerem de todo o coração e de toda a alma, de acordo com tudo o que hoje lhes ordeno, então o Senhor, o
seu Deus, lhes trará restauração, terá compaixão de vocês e os reunirá de todas as nações por onde os tiver espalhado” (Dt 30.1-3). Está claro que a restauração era dependente do arrependimento deles. Eles tinham de mudar a mente antes de Deus lhes mudar o coração. 

Finalmente, Deus disse que “daria” esse novo coração a eles. Mas essa dádiva deveria ser recebida por um ato da vontade. O dom da salvação é recebido pela fé. Como Paulo disse: “Vocês são salvos pela graça,por meio da fé” (Ef 2.8). A salvação vem por meio da fé; a fé não vem por meio da salvação.

Em nenhum lugar da Bíblia é dito que a fé é dada para que somente alguns creiam (v. ap. 5). Ao contrário, todos são chamados por Deus para crer e se arrepender. Paulo disse: “No passado Deus não levou em conta essa ignorância, mas agora ordena que todos, em todo lugar, se arrependam
(At 17.30). Ao carcereiro de Filipos foi dito como é dito a todos os incrédulos (Rm 10.13; Jo 3.16): “Creia no Senhor Jesus, e serão salvos...” (At 16.31).
 A implicação clara dessa e de outras passagens bíblicas falando de como recebemos a salvação é a certeza de que existe algo que todos podem e devem fazer, não algo que só alguns devem esperar obter de Deus antes de poder fazer algo. Eleitos mas livres p. 72


Efésios 2.3
“Anteriormente, todos nós também vivíamos entre eles [os quevivem na desobediência], satisfazendo as vontades da nossa carne,seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos
por natureza merecedores da ira.” Com base nessa passagem e em outras semelhantes (cf. Jo 8.44), os calvinistas extremados argumentam que não podemos evitar agir segundo nossa natureza, assim
como porcos não podem parar de agir como porcos e cães como cães. O pecado é inevitável.
Resposta
Primeiramente, mesmo se o pecado fosse inevitável para o pecador, não é inevitável ser pecador. Há uma saída para não pecar. O pecador  pode crer e ser salvo (Jo 3.16; At 16.31). Nessa mesma passagem, somos informados de que a salvação é recebida “por meio da fé’' (v. 8).
Além disso, é erro entender que a depravação torna o pecado uma necessidade. O próprio Agostinho, antepassado do moderno calvinismo, disse: “Em virtude [do pecado], a natureza humana piorou e
se transmitem aos seus descendentes o próprio pecado e a necessidade da morte”.9 Observe que ele não disse que somos nascidos com a necessidade de pecar, mas somente com o próprio pecado, isto é, com propensão ou inclinação para o pecado. O pecado em geral é inevitável, mas cada pecado em particular é evitável — pela graça de Deus. Alguém pode sempre se tornar um crente, e para o crente há sempre um modo de escapar do pecado (ICo 10.13). Eleitos mas livresp. 72-73

Salmos 51.5
“Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe” (Sl 51.5). Desse texto, os calvinistas extremados concluem que não podemos jamais evitar o pecado, visto que somos nascidos desse modo e não podemos evitá-lo.
Resposta
E verdade que somos nascidos em pecado (Jó 15.14; Sl 58.3) e que herdamos de Adão a inclinação para o pecado (Rm 5.12). Por conseguinte, enganamos a nós mesmos se dizemos que não temos
natureza pecaminosa (ljo 1.8). Mas não se segue disso uma tendência ingênita para pecar ou que o pecado seja uma necessidade em nós....
1)somos nascidos com propensão para pecar; 
2) somos nascidos com necessidade de morrer; ...
Mesmo algumas das passagens mais fortes sobre a depravação humana falam dela também como uma questão de escolha humana: 
“Todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um de nós se voltou
para o seu próprio caminho-, e o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós” (Is 53.6);

“Somos como o impuro — todos nós! Todos os nossos atos de justiça são como trapo imundo. Murchamos como folhas, e como o vento as nossas inqüidades nos levam para longe” (Is
64.6);
 “ Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis-, não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer” (Rm 3.12).

Os calvinistas extremados gostam de citar Romanos 9 (ver resposta anterior neste capítulo), mas freqüentemente fazem vista grossa às implicações dos versículos 11 e 12: “Antes que os gêmeos nascessem ou fizessem qualquer coisa boa ou má — a fim de que o propósito de Deus
conforme a eleição permanecesse, não por obras, mas por aquele que chama — foi dito a ela: ‘O mais velho servirá ao mais novo’”. Esse texto torna claro que, embora sejamos nascidos em pecado, antes do nascimento nenhum pecado pessoal é cometido. Eles são cometidos somente após alguém ter idade suficiente para conhecer a diferença entre o bem e o mal (Is 7.15). “Disse Jesus: ‘Se vocês fossem cegos, não seriam culpados de pecado; mas agora que dizem que podem ver,
a culpa de vocês permanece”’ (Jo 9.41). Eleitos mas livres p.74


Romanos 8.7-9
“A mentalidade da carne é inimiga de Deus porque não se submete à Lei de Deus, nem pode fazê-lo. Quem é dominado pela carne não pode agradar a Deus. Entretanto, vocês não estão sob o domínio da
carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo.”
Resposta
E verdade que somos pecadores por natureza, mas essa velha natureza não faz o pecado necessário em nós mais do que uma nova natureza torna os bons atos necessários. A velha natureza somente torna o pecado inevitável, não necessário. Novamente, Agostinho disse que somos nascidos com propensão para o pecado, mas não com necessidade de pecar. Se o pecado fosse necessário, não seriamos responsáveis por ele (v. cap. 2), o que a Bíblia declara que somos (Rm 3.19).
 Além disso, Paulo torna claro nessa seção de Romanos que nossa escravidão ao pecado é fruto de livre-escolha: “Não sabem que, quando vocês se oferecem a alguém para lhe obedecer como escravos, tornam-se escravos daquele a quem obedecem: escravos do pecado que leva à morte, ou
da obediência que leva à justiça?” (Rm 6.16). Somos nascidos com a tendência para pecar, mas podemos escolher ser [continuar]escravos do pecado ou não. Eleitos mas livres, p. 75-76

Romanos 3.10,11
“Não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus.” Romanos 10.20 acrescenta:
“Fui achado por aqueles que não me procuravam; revelei-me àqueles que não perguntavam por mim”. Realmente, muitos versículos indicam que ninguém vem a Deus a menos que ele o traga (v. Jo 6.44,65) e que é Deus que nos procura (Lc 19.10).

Resposta
O calvinista moderado (e o arminiano) não tem nenhum problema com a tradução desses versículos. É Deus quem inicia a salvação.
“A salvação vem do S enhor” (Jn 2.9). “Nós amamos porque ele nos amou primeiro” (ljo 4.19). Nós o procuramos, então, somente porque ele primeiro nos buscou.
 Contudo, como resultado da obra de convencimento do Espírito Santo no “mundo” (Jo 16.8) e da “bondade de Deus” (Rm 2.4), algumas pessoas são levadas ao arrependimento.

Igualmente, como resultado da graça de Deus, alguns o procuram. Hebreus declara que “sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa
aqueles que o buscam ’ (Hb 11.6). Deus é encontrado pelos que o procuram, todavia, quando o encontram, descobrem que ele os procurou primeiro.Eleitos mas livres, p. 76

2Coríntios 3.5
“Não que possamos reivindicar qualquer coisa com base em nossos próprios méritos, mas a nossa capacidade vem de Deus.” Jesus acrescenta: “Sem mim vocês não podem fazer coisa alguma” (Jo 15.5).

Resposta
Esses versículos provam somente que não podemos obter a salvação por vontade própria. Eles não demonstram que não podemos receber o dom da salvação. Além disso, os calvinistas moderados não negam que a graça de Deus opera nos não-regenerados para levá-los à fé.
Negam que qualquer obra seja irresistível àquele que não a quer (v. a seguir) ou que Deus dá fé somente ao eleito, sem a qual ninguém será salvo.

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