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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

É possivel mudar a orientação sexual ou preferência sexual?

A sexualidade recebe influências sociais:


"23 A noção de "orientação" sexual foi habilmente colocada em questão por Bell Hooks in Femmist Theory: From Margin to Center (Boston: South End Press, 1984). Ela afirma que isso é uma reificação que sinaliza falsamente uma abertura para todos os membros do sexo que é designado como objeto do desejo. Embora ela conteste o uso do termo porque ele põe em questão a autonomia da pessoa descrita, ...eu enfatizaria que as próprias “orientações” raramente são fixas, se é que jamais o são. Obviamente elas podem mudar ao longo do tempo, e estão abertas a reformulações culturais que não são de modo algum unívocas." Butler Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade / Judith Butler; traduçào, Renato Aguiar. — Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2003.p. 224

 Então, podemos entender que essas categorias (homossexualidade, heterossexualidade e bissexualidade) foram, como todo conhecimento humano, produzidas em um determinado contexto histórico e político. Não são categorias neutras – como nenhuma é – e não apenas descrevem uma realidade que está no mundo, mas fazem essa realidade, compondo um jogo de relações de poder que vem, desde há alguns séculos, construindo a sexualidade como a entendemos hoje.
Estas categorias, assim como todas as classificações, não dão conta da enorme diversidade de experiências humanas. E o fato de estarmos numa mesma categoria não significa que vivemos a sexualidade do mesmo jeito. Podemos então pensar de fato que existem heterossexualidades, homossexualidades, bissexualidades, etc. Além disso, podemos pensar também que essas práticas e desejos sexuais e afetivos não são algo sólido e monolítico o qual, uma vez construído, se mantém rígido por toda a vida. Nossa sexualidade, nosso modo de amar e de nos relacionarmos é algo em permanente construção e transformação.Promoção e defesa dos direitos LGBT. Módulo 2, Orientação Sexual e Afetiva,2018. https://mooc.evg.gov.br



Fonte: Uma interpretação do desejo. Jhon H.  Gagnon.Garamond

Uma Interpretação do Desejo  -  John H. Gagnon
O autor, referência mundial na área de estudos sociológico e históricos da sexualidade, aborda temas como abuso sexual, adolescência, pornografia, homossexualidade masculina e feminina e terapias sexuais, além de expor a elaboração da teoria dos roteiros sexuais.
14x21cm, 456 páginas, ISBN 85-7617-091-4
muito comum as pessoas mudarem preferências quanto ao gênero nas relações eróticas ao longo da vida... Do ponto de vista da teoria da roteirização, as preferências eróticas por pessoas do mesmo gênero são despertadas pelos sistemas de significação oferecidos à conduta por uma dada cultura" p. 194

"No estudo das preferencias quanto ao gênero nas relações eróticas (também conhecidas como heterossexualidade ou homossexualidade, sexualidade gay, lesbianismo, sexualidade hetero ou orientação sexual), as características do ator sexual e de sua conduta são cada vez mais reconhecidas como um artefato  especificamente  cultural e histórico... é patente que o sexo entre homens e mulheres e homens e homens e entre  mulheres e mulheres não é o mesmo  nas diferentes culturas, ou em diferentes momentos da história.... a construção social da sexualidade..."

"Essa preferencia é instável e mutável no correr da vida.
Essa instabilidade é tanto interna ( o que desejamos na outra pessoa muda) como externa (podemos vir a desejar pessoas do outro gênero, assim com pessoas do mesmo gênero).p. 162

O anseio de alguns gays e lésbicas  de localizar a origem de seus desejos numa biologia ou numa experiência precoce inalteradas e imutáveis merece uma resposta respeitosa, muito embora eu o considere um erro... A tese da construção social segundo  a qual as preferencias eróticas pelo mesmo gênero são simples artefatos culturais..."p. 165


"Nas circunstâncias contemporâneas, a concepção do desejo pelo mesmo gênero com uma orientação irreversível é menos plausível para muitos gays e lésbicas, bem como para a opinião acadêmica"202

"A intensa reação negativa a bissexualidade  e às lésbicas políticas, bem como a construção de testes de identidade para as fornas culturalmente corretas de ser gay ou lésbica, representam o reconhecimento, por alguns membros de gays e lésbicas, de que essa própria comunidade é relativamente permeável e de que as preferencias que a organizaram são potencialmente muito instáveis"p. 206


"os debates sobre a importância da fixação precoce da orientação sexual, a estabilidade da preferência quanto ao gênero nas relações eróticas ao longo da vida e as diferenças baseadas no gênero entre o estilo de vida dos gays e lésbicas já não são discussões entre os cientistas, mas fazem parte de intensos debates politicos-ideológicos dentro das comunidades  de gays e de lésbicas" p. 197

"Hoje em dia, é possível reconhecer que pode haver mudanças nas preferênicas quanto ao gênero nas relações eróticas, tanto na fantasia, quanto na conduta, durante a vida inteira. Essa instabilidade parece prevalecer particularmente na adolescência, quando se está vivenciando o processo de adquirir os roteiros sexuais apropriados a cada gênero...  está bastante claro que , na faixa dos 12 aos 17 anos, os aspectos de gênero do "quem" dos roteiros sexuais em processo de formação não são fixos (Kinsey, Pomeroy, e Martim, 1948) p. 203

Há também indicações  de que um número maior de pessoas que antes tinham preferências eróticas exclusivas ou quase exclusivas pelo mesmo gênero vem  fazendo experiências com a conduta erótica em realação ao gênero oposto.p. 205


""...as preferencias eróticas por pessoas do mesmo gênero são despertadas e moldadas pelos mesmos sistemas de significação oferecidos à conduta por uma dada cultura"


"A homossexualidade era socialmente construída, informaram os cientistas da sociais, e vivida de maneiras determinadas pela cultura e pela história, e não por fatores biológicos ou distorções precoces da personalidade. p. 278

"A flexibilidade e a receptividade à mudança que tem caracterizado a os indivíduos da comunidade gay talvez nos deem as indicações mais instrutivas sobre a natureza da sexualidade como um elemento receptivo à cultura e ao contexto,e não como algo fixo e imutável. p. 282

É possível mudar a orientação sexual (terapia para tratamento da insatisfação sexual)
Masters e Jhonson, 1979.

Resultado de imagem para homossexualidade em perspectiva

"Se o terapeuta for incapaz de desenvolver e firmar uma atitude pessoal objetiva em relação à homossexualidade, facilmente poderá prejudicar a alteração de orientação sexual, logo no início da terapia. Atitudes tão preconcebidas como o entendimento da homossexualidade como anomalia, perversão sexual, ou mesmo doença física tem sido abertamente assumidas por terapeutas". Em outras palavras, esses terapeutas tem insistido em tratar o candidato à conversão ou reversão como se fosse um paciente sofrendo de um estado patológico físico, psicológico, ou social,  cuja existência clínica, nunca foi constatada. Tal fuga á indispensável neutralidade  profissional, debaixo do manto da imposição cultural, quase sempre resulta na tentativa de imposição  de valores sociais ou sexuais do terapeuta ao paciente." p. 274

"O instituto  não realizava  tratamentos de conversão sem o auxílio de parceiras heterossexuais, e que deveria existir a oportunidade de atividade heterossexual regular após a fase aguda do tratamento, sem o que a cooperação de uma parceira durante aquela fase seria de reduzido valor". p. 291

"Para que o tratamento da insatisfação homossexual possa ser eficaz, os terapeutas precisam  desenvolver um razoável grau de neutralidade profissional na sua condução; e os pacientes precisam demonstrar um grau suficiente de motivação para a alteração da sua orientação sexual" p. 323

"A terapia da insatisfação sexual representa a área mais dramática  de insucesso dos programas de tratamento homossexuais do Instituto. O índice combinado  (homens e mulheres)  de fracassos terapêuticos foi estimado como chegando por volta de 35% (vide cap. 17)" p. 336

"O conceito atual, de que o homem ou mulher homossexual disfuncional ou insatisfeito não pode ser tratado sem uma proporção de fracassos de 80 a 90 % está simplesmente, errado.

Não obstante as óbvias fraquezas destes dados estatísticos de seguimento, é positivo o resultado obtido neste período de 10 anos  de estudo, em termos de estatísticas de insucessos. Em grande parte, os bons resultados obtidos podem ser atribuídos aos procedimentos rigorosos de seleção de pacientes, ao uso - vital- de parceiros do sexo oposto na terapia e ás múltiplas vantagens advindas do uso de equipes de terapeutas compostas de homem e mulher." p. 330

Appropriate Therapeutic Responses to Sexual Orientation
https://www.apa.org/pi/lgbt/resources/therapeutic-response.pdf



Este estudo não DISSE SER IMPOSSÍVEL, disse ser RARO, INCOMUM:

Em 2009, a Associação Psicológica Americana criou uma força tarefa sobre o tema: “Respostas terapêuticas apropriadas à orientação sexual com a revisão da literatura relevante de pesquisa” (Appropriate Therapeutic Responses to Sexual Orientation which reviewed the relevant research literature). A conclusão deste trabalho, que examinou o que de mais importante havia sido produzido até então em termos de estudos científicos, foi a seguinte:  



Neste relatório, usamos o termo esforços de mudança de orientação sexual (SOCE) para descrever os métodos que visam mudar um comportamento sexual do mesmo sexo. Orientação (por exemplo, técnicas comportamentais, técnicas psicanalíticas, Abordagens médicas, abordagens religiosas e espirituais) para

Heterossexuais, independentemente de profissionais de saúde mental ou Indivíduos (incluindo profissionais religiosos, líderes religiosos, Grupos e outras redes leigas, como grupos de auto-ajuda).p. 12
"Mudanças duradouras na orientação sexual dos indivíduos são incomuns. Os que participaram deste corpo de pesquisas continuaram a experimentar atração pelo mesmo sexo seguindo os esforços para a mudança de orientação sexual (SOCE) e não relataram mudança significativa frente a outras atrações sexuais que pudessem ser empiricamente validadas, embora alguns tenham mostrado excitação fisiológica diminuída para todos os estímulos sexuais. Evidências consideráveis de diminuição do comportamento sexual direcionado para o mesmo sexo e de engajamento em comportamento sexual com o sexo oposto foram raras. Poucos estudos forneceram evidências fortes de que as alterações produzidas em condições de laboratório possam ser transpostas para a vida diária. Assim, os resultados da pesquisa cientificamente válida indicam que é improvável que as pessoas possam ser capazes de reduzir a atração pelo mesmo sexo ou aumentar a atração pelo sexo oposto através (das terapias do tipo) SOCE. No mais, a Força tarefa encontrou evidências que indicam que alguns indivíduos experimentaram danos ou acreditaram que foram prejudicados por estas intervenções(AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, 2009, p. 2-3)

"As evidências disponíveis, tanto dos primeiros como dos recentes estudos, sugerem que, embora seja improvavel mudar a orientação sexual, alguns indivíduos modificam sua Identidade de orientação sexual (isto é, indivíduo ou Adesão ao grupo e afiliação, auto-rotulagem) e outros aspectos da sexualidade (isto é, valores e comportamento). Eles o fizeram de várias maneiras e com desfecho imprevisível, alguns dos quais temporários. Por exemplo, em algumas pesquisas, os indivíduos, Participando na SOCE, tornou-se habilidoso em ignorar ou tolerar suas atrações pelo mesmo sexo. Algumas pessoas relatam que eles passaram a levar um avida exterior heterossexual desenvolvendo uma relação sexual com um parceiro do outro sexo e adotando uma identidade heterossexual. Estes resultados foram menos comuns para aqueles sem experiência heterossexual." p. 3

"The available evidence, from both early and recent studies, suggests that although sexual orientation
is unlikely to change, some individuals modified their sexual orientation identity (i.e., individual or
group membership and affiliation, self-labeling) and other aspects of sexuality (i.e., values and behavior). They did so in a variety of ways and with varied and unpredictable outcomes, some of which were temporary. For instance, in some research, individuals, through participating in SOCE, became skilled in ignoring or tolerating their same-sex attractions. Some individuals report that they went on to lead outwardly heterosexual lives, developing a sexual relationship with an othersex
partner, and adopting a heterosexual identity. These results were less common for those with no prior
heterosexual experience."
"O trabalho cientificamente rigoroso mais antigo nesta área (por exemplo, Birk et al., 1971; S. James, 1978; McConaghy, 1969, 1976; McConaghy et ai., 1972; Tanner, 1974, 1975)
Mostram que a mudança duradoura na orientação de um indivíduo  é rara e que apenas uma pequeno número de pessoas nestes estudos mostram qualquer evidência de redução da atração sexual do mesmo sexo. Alguns mostram diminuição da excitação fisiológica para Estímulos. Evidência convincente de diminuição  de comportamento com pessoas do mesmo sexo e maior atração sexual e envolvimento no comportamento sexual com pessoas do outro sexo era raro. Poucos estudos forneceram provas sólidas que quaisquer alterações produzidas em condições laboratoriais foram traduzidas para a vida diária. Muitas pessoas continuaram experimentar atrações sexuais com pessoas mesmo sexo seguindo SOCE e raramente relataram mudanças significativas  de atração sexual  a pessoas do mesmo sexo.Assim, concluímos o seguinte s obre a SOCE: Os resultados de pesquisas cientificamente válidas Indicam que é improvável que os indivíduos possam reduzir as atrações sexuais ao mesmo sexo ou aumentar as pelo outro sexo através de SOCE. p. 83

"As poucas investigações iniciais que foram conduzidas com rigor científico suscitam preocupações
à segurança da SOCE, uma vez que alguns participantes  relataram efeitos colaterais não intencionais das intervenções. Esses efeitos colaterais negativos incluíram perda de desejo sexual, depressão, ideação suicida, e ansiedade. O alto nesses estudos pode indicar que alguns participantes da pesquisa podem ter experimentado tratamento prejudicial e descontinuado (Lilienfeld, 2007). Não existem estudos recentes da SOCE que nos permitissem declaração definitiva sobre se o SOCE recente é seguro ou prejudiciais e para quem.p. 83"

The few early research investigations that were
conducted with scientific rigor raise concerns about
the safety of SOCE, as some participants suffered
unintended harmful side effects from the interventions.
These negative side effects included loss of sexual
feeling, depression, suicidality, and anxiety. The high
dropout rate in these studies may indicate that some
research participants may have experienced these
treatments as harmful and discontinued treatment
(Lilienfeld, 2007). There are no scientifically rigorous
studies of recent SOCE that would enable us to make a
definitive statement about whether recent SOCE is safe
or harmful and for whom.

OBSERVAÇÃO: 
Todos estes sintomas: perda de desejo sexual, depressão, ideação suicida, e ansiedade. São mais comuns em pessoas que tem um conflito em sua homossexualidade e são essas pessoas em conflito que buscam a SOCE , ou seja, as terapias de reorientação sexual:

"Além disso, verificou-se que indivíduos religiosos que possuem crenças de que a homossexualidade é pecaminosa e moralmente inaceitável são proeminentes na população que atualmente  procuram   a SOCE. Esses indivíduos procuram SOCE porque a postura desaprovadora de suas religiões para a homossexualidade produz conflitos por um lado, entre as suas crenças e valores e, por outro, a sua orientação sexual. Esses conflitos resultam sofrimento significativo devido às percepções dos clientes
São incapazes de integrar a sua fé e os sua orientação sexual" p. 82
Further, we found that religious individuals with beliefs that homosexuality is sinful and morally unacceptable are prominent in the population that currently undergoes SOCE. These individuals seek SOCE because the disapproving stance of their faiths toward homosexuality produces conflicts between, on the one hand, their beliefs and values and, on the other, their sexual orientation. These conflicts result in significant distress due to clients’ perceptions that they are unable to integrate their faith and sexual orientation. 

Indivíduos relataram que a SOCE forneceu Vários benefícios: 

(a) um lugar para discutir seus conflitos (Beckstead & Morrow, 2004, Erzen, 2006, Ponticelli,

1999; Wolkomir, 2001); 

(B) estruturas cognitivas que Lhes permitiu reavaliar sua orientação sexual Identidade, atrações e eu de maneiras que diminuíram vergonha e angústia e aumento da auto-estima (Erzen,

2006; Karten, 2006; Nicolosi et al., 2000; Ponticelli,

1999; Robinson, 1998; Schaeffer et al., 2000; Spitzer,

2003; Throckmorton, 2002); 

 (C) apoio social e Modelos de papel (Erzen, 2006, Ponticelli, 1999, Wolkomir, 2001, 2006); E (d) estratégias para viver consistentemente com sua fé religiosa e comunidade (Beckstead & Morrow, 2004; Erzen, 2006; Horlacher, 2006; S. L. Jones & Yarhouse, 2007; Nicolosi et al., 2000; Ponticelli, 1999;

Robinson, 1998; Wolkomir, 2001, 2006; Throckmorton & Welton, 2005 p. 49


For instance, participants reporting beneficial
effects in some studies perceived changes to their
sexuality, such as in their sexual orientation, gender
identity, sexual behavior, sexual orientation identity
(Beckstead, 2001; Nicolosi et al., 2000; Schaeffer et
al., 2000; Spitzer, 2003; Throckmorton & Welton,
2005), or improving nonsexual relationships with
men (Karten, 2006).

 These changes in sexual selfviews
were described in a variety of ways (e.g., exgay,
heterosexual, heterosexual with same-sex sexual
attractions, heterosexual with a homosexual past) and
with varied and unpredictable outcomes, some of which
were temporary (Beckstead, 2003; Beckstead & Morrow,
2004; Shidlo & Schroeder, 2002). McConaghy (1999)reported that some men felt they had more control in their sexual behavior and struggled less with their
attractions after interventions, although same-sex
sexual attractions still existed (cf. Beckstead & Morrow,
2004). Additionally, some SOCE consumers describe
that trying and failing to change their same-sex sexual
orientation actually allowed them to accept their samesex
attractions (Beckstead & Morrow, 2004; Smith et
al., 2004).

Por exemplo, os participantes relataram em alguns estudos  que perceberam mudanças em sua
sexualidade, como na sua orientação sexual, identidade  de orientação sexual, comportamento sexual, identidade de orientação sexual (Beckstead, 2001), Nicolosi et al., 2000, Schaeffer et al. Al., 2000; Spitzer, 2003; Throckmorton & Welton, 2005), ou melhora das relações não-sexuais com Homens (Karten, 2006). 
Essas mudanças nas auto-visões sexuais foram descritos de uma variedade de modos (por exemplo, ex gay, Heterossexual, heterossexual com relações sexuais do mesmo sexo Heterossexuais com um passado homossexual) e com resultados variados e imprevisíveis, alguns dos quais Foram temporários (Beckstead, 2003, Beckstead & Morrow, 2004; Shidlo & Schroeder, 2002). 
McConaghy (1999) Relataram que alguns homens sentiram que tinham mais controle seu comportamento sexual e lutaram menos com seus atrações após as intervenções, embora as atrações sexuais ainda existiam (ver Beckstead & Morrow, 2004). p. 49





A identidade de orientação sexual refere-se a Reconhecimento e internalização da orientação sexual
E reflete a auto-consciência, auto-reconhecimento, selflabeling, Associação de grupo e afiliação, cultura, e auto-estigma. A identidade de orientação sexual é uma elemento na determinação das relações interpessoais Decisões, pois cria uma base para a formação de Comunidade, apoio social, modelos, amizade e em parceria (APA, 2003, Jordan & Deluty, 1998, McCarn & Fassinger, 1996; Morris, 1997). p. 84


Conclusões:
Vimos acima 3 abordagens diferentes:

Embora o estudo acima (Appropriate Therapeutic Responses to Sexual Orientation) que trata de terapias de conversão (geralmente feitas por leigos) classificou a mudança de orientação rara ou incomum, isso não significa que não ocorreu.

 A metodologia deste estudos citados eram diferentes do citado no livro Homossexualidade em perspectiva, usando casais e apenas pessoas altamente motivadas obtendo assim  maiores resultados.

Já o livro de Jhon Gagnon e os estudos Queer citados no curso de Direitos LGBT dizem respeito a mudança expontanea na orientação ou preferencia sexual, que são frequentes.

Deve-se salientar que a homossexualidade não é doença ou transtorno, e nem era na época da abordagem do livro Homossexualidade em perspectiva, sendo assim não se trata de CURA, pois não é doença.




 

3 comentários:

  1. O post é velho mas vale a pena dissecar algumas afirmações:

    As três primeiras citações dizem respeito a sexualidade enquanto fenômeno social, se utilizando de um recorte especifico. Nesse contexto, quando se diz que "orientações não são fixas" não está se fazendo uma afirmação que diz respeito a aspectos psicológicos ou relativos a atração sexual, mas em como a sociedade define a orientação sexual (o que é ser homossexual, heterossexual ou bissexual) e na forma como essas definições se modiicam com o tempo. Isso também se aplica na noção de que a "sociedade influencia a sexualidade", pois os sujeitos procuram encaixar suas inclinações sexuais dentro de categorias sociais pré-definidas.
    Nesse arcabouço teórico não existe fundamentação para nenhum tipo de pseudo-terapia de cura-gay (ou seu neologismo politicamente correto '(re)orientação sexual').

    As próximas citações do livro "Homossexualidade em Perspectiva" são hilários considerando a posição atual dos autodenomiados 'psicólogos cristãos', mas sofrem das mesmas falhas metodológicas do material deles: não se observa grupo de controle ou acompanhamento longitudinal dos pacientes, ou mesmo se distingue a dimensão psicológica e social da homossexualidade. Observa-se também uma falta de segregação entre o homossexual estrito e o bissexual.
    Nesse contexto se observa o seguinte:
    - Um homem gay que simplesmente escolheu 'voltar para o armário' é considerado como heterossexual, mesmo que sua atração exclusiva a outros homens continue intacta.
    - Conta-se homens bissexuais como homens gays, como dito anteriormente.
    - Se ignora os 'reincidentes', leia-se, pessoas que supostamente se tornaram heterossexuais, mas que depois de um tempo voltaram a ss identificar como gays ou pior, que foram pegas no flagra em suas 'racaídas' e etc.
    Isso também se aplica as outras citações, que dependem desses problemas metodológicos para ter um mínimo semblante de credibilidade.

    Agora vou reservar essa última parte do meu comentário para expor uma pequena ironia: a mesma ideologia que diz querer 'ajudar' homossexuais egodistônicos é a mesma que perpetua a homofobia que os faz resentir a própria sexualidade.
    Genial não é mesmo? Crie o problema e venda a solução.

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  2. Você esqueceu de ler esta parte: "Além disso, podemos pensar também que essas práticas e desejos sexuais e afetivos não são algo sólido e monolítico o qual, uma vez construído, se mantém rígido por toda a vida. Nossa sexualidade, nosso modo de amar e de nos relacionarmos é algo em permanente construção e transformação" Ou seja diz respeito AO INDIVÍDUO. Além deisso observe as citações de John Gangnon. Em nenhum momento foi falado de cura gay. A sexualidade não é algo cristalino, mas mutável e de maneira EXPONTÃNEA.

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  3. Em resumo: O texto diz que existem sim homossexualidades, bissexualidades,etc. Depois disso o texto diz ALÉM DISSO.. leia novamente COM ATENÇÃO: "Podemos então pensar de fato que existem heterossexualidades, homossexualidades, bissexualidades, etc. AlÉM DISSO, podemos pensar também que essas práticas e desejos sexuais e afetivos NÃO são algo sólido e monolítico o qual, uma vez construído, se mantém rígido por toda a vida. Nossa sexualidade, nosso modo de amar e de nos relacionarmos é algo em permanente construção e transformação"

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