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sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Reencarnação ou pecado no ventre?

Jo 9:1-3
1 Caminhando Jesus, viu um homem cego de nascença.
2  E os seus discípulos perguntaram: Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?
3  Respondeu Jesus: Nem ele pecou, nem seus pais; mas foi para que se manifestem nele as obras de Deus

Embora houvesse indivíduos judeus na época de Jesus que cressem na reencarnação, como o historiador Flávio Josefo,  a reencarnação não era difundida entre os judeus, mas a crença que o bebê pecava dentro do ventre da mãe era comum, apesar de ser absurda, pois um bebê não tem consciência moral

"Esse indivíduo específico sofre de cegueira; portanto, algum pecado individual e específico deve ter sido a causa antecedente. O fato de ele ter nascido cego indica que ou ele pecou enquanto ainda estava no útero (certamente algo considerado possível por alguns judeus) * 164, ou que seus pais pecaram de uma forma que trouxe conseqüências para ele (e.g. quando uma mulher grávida adorava em um templo pagão, o feto era considerado participante do rito pagão, Canticles Rabbah I, 6, § 3). Sobre esse ponto, os discípulos não haviam progredido mais que os consoladores miseráveis’ de Jó.

3. Embora Jesus não rejeite a conexão generalizada entre pecado e sofrimento, ele desaprova completamente uma universalização de conexões particulares. Nesse exemplo, ele insiste que nem o cego de nascença nem seus pais pecaram. Antes, isto aconteceu para que a obra de Deus [lit. ‘obras’] se manifestasse na vida dele. Formalmente, a cláusula de conclusão poderia ser entendida como uma cláusula de resultado (‘com o resultado de que’) ou uma cláusula de propósito (‘para que’); em qualquer caso, João certamente não pensa que a ocorrência de cegueira de nascença estivesse fora
da esfera do controle de Deus e, portanto, de seu propósito. A tentativa de ler isso como uma frase imperativa (‘Que as obras de Deus sejam manifestas nele!’) tem algo em seu favor, mas torna-se altamente improvável à luz do paralelo em 11.4.

*164 Assim em Genesis Rabbah 63.6 (um comentário rabínico) sobre Gn 25.22, vários
debatedores discutem a conduta pré-natal de Esaú e Jacó, e SI 58.3 é citado para provar
que Esaú manifestou inclinações pecaminosas desde o útero. Cf. ainda SB 2. 527-529 *1.

*1 H. L. Strack e P. Billerbeck, Kommentar zum neuen Testament aus Talmud und Midrash (München: C. H. Beck, 1926-61).

(O comentário de João. D. A Carson. São Paulo: Shedd, 2001, p. 362-363)

Quando os discípulos mencionaram com o um a de suas alternativas que o homem, em bora cego de nascença, estaria talvez colhendo os frutos de seus próprios pecados, eles não estavam provavelmente pensando em metempsicose (transmigração de almas), embora essa construção seja colocada em dúvida por Calvino e Beza, nem na preexistência puramente espiritual da alma (cf. Filo, On the Giants, III, 12- 15; alguns acrescentariam também Sabedoria de Salomão 8.20; entretanto,
essa passagem não implica necessariamente aquela doutrina), mas à idéia rabínica (exagerada) de que os bebês são capazes de pecar quando ainda no ventre materno. A partir de Gênesis 25.22-26 (cf. SI 58.3 e Lc 1.41-44), os rabinos concluíam que, quando ainda estava no ventre materno, Esaú tentou matar Jacó.^“
206. Ver S.B. K. II, pp. 527-529. (p.415)
(COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO Mateus Volume 1 WILLIAM HENDRIKSEN. São Paulo: Cultura Cristã, 2001.)

De qualquer forma,  Jesus não aprovou a reencarnação, pois negou o princípio que diz que a pessoa nasce com deficiência porque em outra vida teve uma conduta reprovável.

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